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Enviada em: 18/06/2018

No processo de evolução comunicacional, a transmissão da informação oralizada deu lugar, paulatinamente, aos avanços tecnológicos - primeiro à imprensa e, depois, aos meios digitais. A rapidez com que essas mudanças ocorreram, bem como a disparidade dada nas distintas áreas mundiais, fomentaram a criação de extensa massa de excluídos. Assim, urge explicitar mecanismos sociais e comportamentais influentes nesse fenômeno, de modo que, superando-os, seja tangível alcançar equanimidade de conexão.     Em primeiro lugar, convém destacar o âmbito humanístico da problemática. De acordo com Marshall McLuhan, as intensas transformações peculiares à modernidade suscitaram o surgimento de uma aldeia global, na qual a difusão contínua de saberes condiciona a diluição de fronteiras nacionais. Nessa perspectiva, a dificuldade de acesso igualitário à rede influi não apenas na formação social, mas também na aptidão diante de tantas trocas. Dessa forma, ser capaz de manipular recursos tecnológicos torna-se fator condicionante de produtividade, legando à inutilidade aqueles que não acompanhem tamanhas alterações.    Ademais, é importante considerar as influências digitais na construção de opinião, bem como consequente reflexo para aqueles que não a utilizam. Na contemporaneidade, o fluxo informativo tem relacionado-se intrinsecamente às vias de internet, notadamente com o crescimento das redes sociais. A partir de então, os acontecimentos passam a ser contados sob a perspectiva de indivíduos exteriores, não mais ligados às mídias tradicionais e a seus interesses. Nesse ínterim, negar a uma parcela populacional distintos modos de ver os fatos é fator que cerceia a autonomia e provoca alienação.    Torna-se evidente, portanto, a necessidade de buscar alternativas que garantam igualdade de acesso à seara tecnológica. Faz-se imperioso, nesse sentido, que o Governo Federal, representado pelos Ministérios da Comunicação e da Educação, propiciem, pelo saber, expansões desse nível. Para tanto, devem ser ofertados cursos técnicos formadores nas comunidades, que, utilizando-se dos espaços das escolas locais, sejam abertos à população. Nessas oportunidades, especialistas ministrarão aulas, palestras e atividades práticas que discutam os conceitos básicos e úteis, a fim de mitigar segregações por inaptidão. Outrossim, é fundamental que, a longo prazo, essas iniciativas sejam levadas a locais mais isolados, proporcionando alargamento da rede. Dessarte, será possível expandir as benéfices da era digital, de modo que se torne uma vertente, efetivamente, democrática.