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Enviada em: 23/07/2018

A prensa de Gutenberg, criada em 1450, massificou o acesso à informação e conhecimento. Tal revolução repetiu-se com o advento das tecnologias de informação contemporâneas. No entanto, no Brasil, fatores intrínsecos dificultam a integração da população a essas novas tecnologias, o que pode ocasionar desvantagens competitivas.       De início, destaca-se que a lógica capitalista impede a maior inclusão digital de brasileiros. Isso se deve à preferência empresarial de instalar-se em áreas com mercado consumidor consolidado e de elevada renda, como regiões metropolitanas e os estados do Sudeste. Desse modo, regiões como o interior do Norte e Nordeste permanecem desconectadas, uma vez que não satisfazem as condições impostas pelo mercado. Assim, consoante o pensamento de Karl Marx de dominação capitalista, a lógica financeira determina quais regiões terão acesso à integração digital.       Esse contexto de desigualdade é danoso para as novas configurações trabalhistas. Isso ocorre a partir do desenvolvimento de tecnologias de automação, que requerem mão de obra qualificada. Desse modo, a falta de qualificação resulta em desemprego estrutural. Assim, se no século XVIII Adam Smith afirmava que o melhor benefício que o governo pode entregar à população são estradas e infraestrutura, nas novas relações sociais e econômicas do século XXI deve-se, também, inserir acesso à tecnologia.       Percebe-se, portanto, que a inclusão digital deve ser promovida. Assim, o Poder Público deve fomentar programas desoneração de impostos para empresas de comunicação que atuem em regiões desconectadas do país, a fim de incentivar a expansão do acesso à internet e tecnologias da informação. Além disso, o Ministério do Trabalho, junto com o Ministério da Educação, deve criar um programa de qualificação profissional que se associe a instalação de indústrias em locais de pouco desenvolvimento, a fim de evitar o desemprego estrutural e fomentar a economia.