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Enviada em: 05/08/2018

Durante a Idade Média, a informação era confinada entre clero e nobreza, facilitando, assim, a manipulação dos mais pobres. Nesse contexto, percebe-se que a falta de acesso à informação é um desafio que persiste intimamente ligado à realidade do país. A respeito disso, torna-se evidente a dificuldade de acesso à tecnologia em locais remotos do país, bem como o encarecimento de produtos tecnológicos no contexto da desigualdade social brasileira. Com efeito, faz-se necessário um debate entre sociedade e Estado acerca da inclusão digital no país. Em primeira análise, é importante sinalizar que a vastidão territorial brasileira é um obstáculo para a inclusão digital em locais mais remotos, como populações indígenas ou pequenas cidades no interior do país. Isso se deve, sobretudo, à falta de políticas públicas do governo que visem à massificação do acesso à internet. Dessa forma, as empresas de internet não oferecem o serviço nesses locais, pois não é viável economicamente para elas. Outrossim, é válido salientar que o acesso às tecnologias de comunicação, como internet, celular e telefonia, está ligado ao poder aquisitivo das famílias. Sob esse viés, de acordo com uma pesquisa publicada pela FGV, cidades com elevada renda per capita e alto IDH possuem maior acesso à tecnologia da informação. Por conseguinte, famílias menos abastadas ficam à margem da sociedade, perdendo oportunidades e mergulhando cada vez mais na exclusão digital. Infere-se, portanto, que é imprescindível que medidas sejam tomadas para que as metas de inclusão digital sejam atingidas. Para que isso ocorra, o ministério de ciência e tecnologia, em parceira com empresas privadas de internet, deve incentivar a democratização do acesso à internet em locais remotos por meio da criação de hotspots de acesso gratuito, com o objetivo de levar informação à todas as cidades brasileiras, haja vista que uma população bem informada é menos susceptível à manipulação. Além disso, o governo deve facilitar a importação e a produção interna de dispositivos de comunicação por intermédio de incentivos e subsídios fiscais, com o objetivo de levar a tecnologia à população mais carente, introduzindo, assim, essa parcela da sociedade no mundo digital. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora da inclusão digital no Brasil, de forma que uma sociedade mais justa e integrada seja alcançada.