Materiais:
Enviada em: 11/08/2018

O Brasil deixou de possuir economia predominantemente agrária para se tornar industrializado a partir de 1930 e, de maneira acelerada, já teve que acompanhar a Revolução técnico-científica no final do século passado, evidenciando como extremamente recentes medidas que democratizem o uso da informação em todo território. Essa relativa demora ilustra a carência de iniciativas as quais promovam a inclusão digital devido, sobretudo, à fragmentação territorial e à falta de instrução cibernética, constituindo desafios a serem rechaçados no Brasil contemporâneo.      Primeiramente, quando o sociólogo Raimundo Faoro enuncia que o Estado brasileiro herdou de Portugal em país estamental e burocrático, demonstra-se a grande influência da forma como o Brasil foi colonizado na exclusão digital que se observa hoje. Nessa perspectiva, ao dominar o litoral brasileiro, houve negligência de regiões interioranas, o que perpetua até a atualidade. Nesse cenário, a maior parte de investimentos técnico-informacionais se dirige ao centro-sul do país, enquanto as regiões Amazônica e Nordeste são subestimadas, ocasionando a formação de dois "Brasis", como já dizia o geógrafo Milton Santos, quem classificou a nação brasileira nessas regiões conforme o desenvolvimento tecnológico. Dessa maneira, a fragmentação espacial, produto da cultura colonizadora, compromete a ramificação da internet em todas as partes do Brasil.      Além disso, segundo Karl Marx, o capitalismo implica a "reitificação das coisas", ou seja, até as relações humanas são encaradas como mercadorias, ilustrando as consequências negativas desse modelo econômico nas relações de trabalho, que exigem cada vez mais qualificação, expondo o problema do Brasil, no qual não há o hábito da educação informacional, constituindo um empecilho à inclusão digital. O Brasil mais refuta que atrai empresas da área da pesquisa a qual promova educação via cibernética por causa dos altos impostos. Nesse contexto, há dificuldade de inserir os brasileiros na era da internet, já que há ignorância no modo de utilizá-lo. Dessa forma, a exclusão digital se dá por questões de conscientização do indivíduo.        Fica claro, então, o mau prognóstico do desenvolvimento da tecnologia em todo Brasil. No propósito de minimizar tal problemática, o Ministério da Telecomunicação deve estimular a utilização de equipamentos tecnológicos no país por meio de subsídios a universidades a fim de promover projetos de iniciação científica e da redução de impostos, atraindo empresas da área, principalmente, para regiões mais carentes, porque, assim, a sociedade brasileira poderá ter oportunidades de desfrutar da era digital. As Secretarias de Educação, ainda, devem fomentar o estudo da informática, por meio da promoção de feiras de ciência públicas, instruindo os cidadãos do contexto científico.