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Enviada em: 09/10/2018

A era digital está incutida na Terceira Revolução Industrial, na qual o informacionismo torna-se base de governos, de economias e das diversas instituições que depreendem o poder como elo constitutivo de sua dominância nacional e internacional. Por conseguinte, a valoração financeira, ideológica e social é dissociada dos objetos físicos e depreendida em signos virtuais, a medida que os aparatos digitais permitem a difusão de informações, a dinâmica de aprendizagem e, sobretudo, transformam-se em receptáculos seguros de dados importantes, que convergem em aplicações bem sucedidas com a criação e difusão da Internet. Todavia, para que a tecnologia faça diferença, é necessário considerar o conteúdo, o letramento, a educação e as estruturas comunitárias e institucionais que compõem uma dada sociedade no fomento do acesso à rede e aos seus respectivos equipamentos.        Doravante, a capacidade pessoal do usuário em fazer uso desses aparatos técnicos converge em práticas sociais significativas que reestruturam as comunicações, as relações humanas e o usufruto do conhecimento. A priori, não basta querer melhorar a vida das pessoas por intermédio de computadores com conexão à Internet, o desafio de promover a inclusão digital está relacionado à esfera socioeconômica, a medida que muitos não detêm poder aquisitivo para acompanhar o crescimento repentino e constante da economia informacional, e à esfera cultural, haja vista que muitos indivíduos desconhecem as utilidades proporcionadas pelos elos digitais, como a oferta de formação à distância e a resolução de problemas por meio de extensões virtuais das instituições físicas.       Lato sensu, a exclusão digital perpassa não somente a falta de acesso, mas a incapacidade de  manusear os aparatos técnicos, como demonstra uma pesquisa elencada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 65% dos brasileiros com mas de 10 anos não acessam a Internet por não saberem usufruir das ferramentas básicas. A posteriori, a concentração de recursos informacionais em determinadas regionalidades está associada à infraestrutura de acesso, as dimensões continentais do território brasileiro e aos altos custos de conexão banda larga, frutos da elevada carga tributária.        Em síntese, a difusão das ferramentas digitais promovem o crescimento especulativo da economia devido a criação de empregos, os investimentos estrangeiros diretos e a melhoria no acesso à informação. Portanto, o Governo Federal, em coalizão com o Ministério da Educação e da Cultura, deve promover a oferta de cursos de informática gratuitos nas escolas das comunidades, bem como nas instituições públicas municipais, além de investir na infraestrutura para a implantação das redes e no subsídio para a compra de equipamentos por indivíduos de baixa renda. Essas medidas são condições básicas para a efetivação dos direitos básicos e de participação social na política do país.