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Enviada em: 25/10/2018

A Revolução Técnico-científico-informacional foi responsável por disseminar o uso das tecnologias e ampliar o acesso à internet pelas pessoas. Entretanto, mesmo com as transformações ocorridas, nem todos os cidadãos brasileiros têm contato com o meio virtual e tecnológico, visto que, devido à desigualdade social e ao analfabetismo digital, a exclusão digital é persistente no Brasil. Nesse sentido, faz-se necessária a promoção de ações sociopolíticas, com o fito de amortizar tal problema.                Em primeiro plano, cabe pontuar que a desigualdade social é uma das responsáveis pelo desenvolvimento dessa situação conflituosa. Essa problemática ocorre, pois, consoante defendido pela tese marxista, o Estado prioriza os desejos da classe dominante e negligencia as necessidades das minorias, não disponibilizando condições favoráveis para elas acumularem capital. Dessa forma, por não possuir condições financeiras adequadas e suficientes, a população economicamente menos abastada não consegue comprar aparelhos digitais, como celulares e computadores, e alugar um provedor de internet. Por conseguinte, tais pessoas são excluídas do meio digital, além de perderem oportunidades de vagas de emprego e estudos, tais como o sistema de Educação à distância.                     Outrossim, o analfabetismo digital fomenta a exclusão das pessoas em relação ao ambiente virtual. Isso vitimiza, principalmente, os idosos, porque eles, por terem crescido em uma época com pouco desenvolvimento tecnológico, não possuem muita familiaridade e facilidade quanto ao uso da internet. Tal fato é potencializado pelo precário estímulo advindo do Estado e da família acerca do incentivo à utilização das ferramentas virtuais pela terceira idade. Diante disso, as pessoas idosas passam a apresentar dificuldades de se adequarem à nova organização das relações sociais, condenando-as, conforme defendo pelo sociólogo Nick Couldry, à inexistência, já que elas não possuem participação ativa nos processos de comunicação virtual.                Diante dos fatos supracitados, é necessário, portanto, que o Executivo democratize o acesso à internet por todo o território nacional, por meio da distribuição de computadores e redes de internet para as pessoas com condições financeiras reduzidas, principalmente a população rural e periférica, com o intuito de mitigar a exclusão digital. Ademais, cabe ao Ministério da Educação incentivar a utilização das ferramentas virtuais pelos idosos, por intermédio da criação de atividades lúdicas e cursos educacionais realizados por técnicos de informática nos centros comunitários das cidades, a fim de facilitar a inclusão digital da terceira idade.