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Enviada em: 20/03/2019

Segundo a Declaração do Milênio, promulgada pela ONU, em 2000, cada país deve se comprometer a promover o progresso da humanidade por meio de metas, sendo uma delas a democratização do acesso à internet. Contudo, apesar do Brasil figurar como membro signatário, é notória a quantidade de cidadãos encontrados em uma verdadeiro “apartheid digital”. Problema responsável não apenas por uma situação de marginalização social, mas que impede, ainda, o pleno desenvolvimento da cidadania.     Em primeira análise, no âmbito social, desde a década de 90, a sociedade assistiu a uma notável expansão da internet e telefonia celular. Por meio das redes sociais e fóruns online, atividades como debates e cobranças políticas são realizadas, sendo inegável o papel dessas tecnologias de simplificar atividades cotidianas e expandir as potencialidades de cada indivíduo. Não obstante, diante de um mundo globalizado, é incoerente pensar que a inclusão digital é destoante no Brasil, a exemplo de Norte e Nordeste, regiões com índices de acesso correspondentes a 54,3% e 52,3%, respectivamente, inferiores à média nacional de 70%.     Ademais, cabe pontuar que tal realidade é responsável, também, por inúmeros impactos sociais negativos. Visto que, ao impedir o acesso à conexão global às camadas menos favorecidas economicamente, acaba-se por restringir o direito social à expressão das mesmas. Nesse sentido, segundo o sociólogo de mídia Nick Couldry, em sua tese de desigualdade à voz, negar a expressão das minorias as relega à invisibilidade, o que resulta, por conseguinte, na ruptura da democracia e no alargamento das desigualdades sociais.     Diante disso, a fim de garantir a plena inserção do brasileiro no cenário globalizado, assim como garantir a concretização de seu papel social, cabe ao Governo Federal, auxiliado por ONGS e empresas públicas e privadas, a elaboração de centros público de informática, em regiões periféricas, que contem com a presença de técnicos que auxiliem e enriqueçam cultural e socialmente os cidadãos. Com isso, é dever do Ministério de Educação (MEC), junto às escolas, promover aulas e oficinas abertas ao público, para que ensinem e orientem quanto à importância do conhecimento tecnológico no contexto atual e como aproveitá-lo para o crescimento social e individual.