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Enviada em: 12/08/2019

A obra "Metrópolis" de Fritz Lang retrata um mundo dividido em duas classes, uma delas, a elite, controla toda a superfície da Terra com o uso de maquinário poderoso e tecnologia de ponta. A outra, por sua vez, são os operários, marginalizados e submissos a elite devido à falta de informação. Desta forma, torna-se necessário avaliar todos os setores que precisam ser trabalhados para permitir que todas as pessoas tenham o direito ao uso da tecnologia.      Tal como em Metrópolis, o Brasil hoje é dividido entre aqueles que nasceram e cresceram em um ambiente onde computadores e celulares faziam parte da rotina, devido ao trabalho dos pais ou parentes, e aqueles que precisaram abandonar a escola ainda no ensino básico para sustentarem suas famílias. Assim, criou-se uma grande defasagem entre esses dois povos, e, além disso, em um mundo globalizado onde os meios digitais tornam-se cada vez mais presentes no mercado laboral e científico, a tendência é que essa exclusão aumente exponencialmente.        Por conseguinte, em um país desigual como o Brasil, os números mostram o quão atrasado o país está em relação ao resto do mundo no papel de incluir as pessoas digitalmente, o déficit na educação, aliado à pobreza, acentuam esses dados. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Centro de Pesquisas Getúlio Vargas, apenas 51,3% da população Brasileira tem acesso às novas tecnologias. De forma análoga as ideias do filósofo Marshall McLuhan, a civilização é como uma "aldeia global", que hoje está conectada através dos meios de comunicação digitais. Desta forma, todos os indivíduos que não fazem parte deste fluxo estão automaticamente à margem de toda esse fluxo de informação e desenvolvimento. Por conseguinte, é urgente que medidas sejam tomadas visando compensar esse atraso.      Em suma, é mister que o Estado procure os meios para incluir mais pessoas nessa aldeia global. O MEC, junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia, deve promover mais eventos e palestras desde cedo nas escolas para crianças e pais, afim de instruir sobre o uso de aparatos tecnológicos que hoje são demandados pelo mercado. O Ministério da Cultura deve também promover debates e propagandas sobre o uso da tecnologia no dia-a-dia da população. Deste modo, tanto os mais jovens quanto aqueles que não tiveram chance de aprender, lentamente irão se adaptar a Metrópole que hoje forma o mundo, contrariando as previsões feitas pela obra de Fritz Lang.