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Enviada em: 29/08/2017

Progresso conservador        Entre os efeitos da urbanização brasileira intensificada em meados do século XX, o crescimento exponencial do setor digital é o de maior notoriedade. Não obstante, esse crescimento não é homogêneo em áreas elitistas e áreas periféricas. Diante disso, debates vêm ocorrendo a fim de ressaltar a importância da inclusão digital no Estado, haja vista a disparidade de classes e a consolidação da democracia.     Com efeito, a inclusão digital é fundamental para a amenização da disparidade entre as classes dominantes e as classes dominadas, porquanto busca igualar as ferramentas de acesso. Essa disparidade é fruto de um caráter conservador de progresso que almejava a ampliação do poder político e econômico. Segundo Michel Foucault, as relações humanas envolvem elementos de domínio e disputa. Por conseguinte, a inclusão digital é uma ação do real progresso.          Outrossim, a inclusão digital também é uma ferramenta que consolida a participação política e, de forma consequente, o ideal de democracia. Segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau, um corpo político existe quando seus participantes encontram-se em estado de igualdade política, isto é, oportunidade de influenciar nos rumos do Estado. Os cidadãos, por meio de sites e ferramentas oferecidas pela Internet, podem opinar, votar em projetos, solicitar serviços estatais e pesquisar sobre candidatos.        Destarte, urge a adoção de medidas a fim de realizar a inclusão digital e homogeneizar sua distribuição. No âmbito federal, o Ministério das Cidades deve, por meio de campanhas de reconhecimento de precariedade digital, ampliar o acesso de qualidade com o intuito de mitigar a disparidade de classes. Ademais, instituições sociais e Organizações Não Governamentais devem, por meio de campanhas e conferências, acompanhar o desenvolvimento digital das cidades e oferecer palestras sobre participação online. Desse modo, a inclusão digital será efetiva.