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Enviada em: 29/08/2017

De acordo com o biólogo Charles Darwin, não é o mais forte quem sobrevive, mas aquele que melhor se adapta às novas condições. Dentro dessa lógica, a sociedade contemporânea, organizada e gerida, em grande parte, por mecanismos tecnológicos, exige que o cidadão adeque-se a esse modelo de vida. Desse modo, a inclusão digital figura como um aspecto essencial. Todavia, no Brasil, há entraves para a consolidação desse objetivo, entre os quais destacam-se fatores financeiros e técnicos.      A princípio, ressalta-se a influência de aspectos socioeconômicos sobre o cenário de exclusão virtual. De forma análoga à teoria darwinista, a parcela da população que reside em grandes centros e dispõe de um elevado poder de consumo tende a possuir maior acesso às tecnologias e, assim, é selecionada positivamente no meio social. Aqueles que, porém, não possuem renda para custear a internet e a compra de computadores são amplamente prejudicados. Bom exemplo disso são os cursos superiores a distância, os quais poderiam ser uma porta de entrada eficiente para o mercado de trabalho.       Outrossim, a capacitação dos indivíduos para manipular as ferramentas virtuais em benefício próprio é fundamental para uma inserção integral. Recursos como mercados online, redes sociais e plataformas de vídeos contribuem, sobremaneira, para tornar as tarefas cotidianas mais fáceis. No entanto, devido à variedade de aparelhos e às inovações frequentes nesse setor, o cidadão encontra dificuldades para manter-se atualizado ou até mesmo para aprender a utilizá-los. Em corolário a isso, pode ocorrer prejuízos na vida privada e profissional.      Torna-se evidente, portanto, a relevância da inclusão digital para a construção de uma nação igualitária, coesa e evoluída. Logo, cabe ao Estado conceder subsídios às famílias de baixa renda visando minimizar os custos de viver conectado. Paralelamente, os governos estaduais poderiam promover a ampliação do acesso à rede mediante a instalação de Wi-Fi em espaços públicos, como pontos de ônibus. Ademais, as escolas poderiam incentivar o uso dos computadores e celulares para pesquisa com o fito de orientar os alunos quanto a melhor maneira para utilizar tais meios de comunicação. As empresas privadas, por fim, devem oferecer cursos de informática anuais para seus funcionários com o objetivo de qualificá-los e atualizá-los. Talvez, com tais medidas, perfaça-se a homeostase, termo usado na biologia para indicar equilíbrio.