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Enviada em: 20/09/2017

O século XX, batizado por Eric Hobsbawn de ''Era dos Extremos'', deixou ao século sucessor ecos de revoluções de amplo espectro. Com o advento da Internet e o desenvolvimento de tecnologia em velocidade exponencial, a área da comunicação, indubitavelmente, transfez as relações sociais no âmbito público e privado. Partindo de visões díspares, esse fenômeno possui o potencial de ampliar tanto a desigualdade social como o acesso à informação. Sob tais óticas, como corroborar a cultura tecnológica no Brasil afim de garantir acesso democrático ao universo digital?       De acordo com Marx, a valorização do mundo humano é inversamente proporcional à valorização do munto material. Com a (quase) dependência da tecnologia para o funcionamento da hodierna construção sociológica, é inevitável o afastamento de sujeitos participantes do corpo social. A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) da era globalizada pôs a América Latina em patamar antagônico ao dos pioneiros da tecnologia digital, obstaculizando o desenvolvimento de uma cultura tecnológica em diversos setores da sociedade brasileira.       Noutro viés, porém, o uso da tecnologia paulatinamente se consolida como ferramenta eficaz na mitigação de velhas intempéries sociais ao promover desburocratizações estatais, democratização da mídia e, mormente, acesso à educação. Flexibilizando o conhecimento para além da sala, abrange-se o público-alvo do aprendizado. Dessa maneira, alavanca-se o desenvolvimento de toda a sociedade, pois, como dito por Mandela, a educação é a arma mais poderosa para mudar o  mundo.       Destarte, depreende-se que a tecnologia alterou agudamente as relações sociais do século XXI. Para garantir inclusão de toda a população nos novos pilares da modernidade, o Estado deve, a priori, incluir informática nas disciplinas obrigatórias da Lei de Diretrizes Básicas da Educação, além de investir parcela significativa do PIB em pesquisas na área de ciência e tecnologia. Às empresas brasileiras, cabe a valorização da inovação tecnológica no âmbito laboral afim de manter a competitividade no mercado internacional. Por fim, cabe aos profissionais da tecnologia desenvolver mídia interativa infantil amplamente acessível à população com o fito de aproximar a nação, desde cedo, para a vivência em rede. Só assim, o Brasil estará mais próximo da plena democracia digital.