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Enviada em: 19/10/2017

Sociedade Smart          Desde o final do século XX, com o advento da World Wide Web, uma rede mundial integrada de computadores, a capacidade de criação humana vem crescendo exponencialmente. Nesse sentido, se inserir nessas transformações é indispensável para o estabelecimento do convívio social. Todavia, percebe-se que mesmo na pós-modernidade do filósofo Stuart Hall, a problemática da exclusão digital persiste intrinsecamente ligada à realidade brasileira, tornando necessária a tomada de medidas que resolvam a questão.         Primeiramente, é importante denotar que, se no limiar da década de 1950 as dificuldades das telecomunicações estavam relacionadas com o lançamento de satélites ao espaço, hoje, o cenário mostra-se divergente. Essas se encontram, primordialmente, na distribuição do acesso às informações que vem dos satélites para a população. Em países de economia emergente, como o Brasil, isso mostra-se de maneira mais intensa devido à restrição dos privilégios a uma parte da sociedade. Nesse sentido, justifica-se os dados divulgados pelo Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (Itic), segundo os quais apenas 51,3% da população brasileira tem acesso ao mundo digital e se encontram, sobejamente, na região Sul e Sudeste.           Outrossim, é evidente que o impasse está longe de ser resolvida. Segundo Saint John-Perse, a democracia, mais do que qualquer outro regime político, exige o exercício da autoridade, em prol de se assegurar o bem comum. Contrariando a tese do filósofo, a falta de locais públicos como bibliotecas e escolas modernas- que se mostram tradicionais quanto ao uso da aparto tecnológico hodierno- dificultam a erradicação do problema, já que não apenas inibem o contato de parte majoritária dos cidadãos ao mundo virtual, mas também dificultam, a posteriori, a inserção desses nas relações mercadológicas.         Destarte, é evidente que medidas são necessárias para mitigar o impasse. O Governo Federal, por meio do Ministério das Cidades, deve atuar em consonância com a esfera estatual e municipal, criando novas bibliotecas e salas de informática que permitam inserir a população na Era Smart e em suas relações de trabalho, atenuando a problemática. Ademais, seria pertinente a atuação das ONGs, por meio do ativismo social, garantindo uma distribuição mais equitativa do acesso à tecnologia, principalmente, nas áreas que mais precisarem, já que essas atingem locais, que o poder público, em escala global, tem dificuldade de atuar.