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Enviada em: 20/10/2017

É indubitável dizer que a internet revolucionou o mundo nas últimas décadas. De fato, ela se tornou fundamental para a sociedade no contexto do mundo globalizado. No Brasil, contudo, a inclusão digital, na totalidade de seu território, manifesta-se como uma meta a ser alcançada. Conquanto os vários avanços, ainda evidenciam-se máculas infraestruturais e técnicas que impedem a concretização do ideário inclusivo.    Em uma primeira análise, cabe ressaltar o contraste estrutural explícito em diferentes locais do território nacional. Segundo o Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (Itic), a taxa de acesso tecnológico no Brasil ficou em 51,3%, o que deixa o país na 72º posição do ranking global. Entretanto, quando o estudo baseia-se em diferentes cidades a discrepância é notória. São Caetano do Sul e Santos, por exemplo, apresentam uma média de 80% no ranking Itic, enquanto Fernando Falcão, no Maranhão, apenas 3,7%. Diante dessa realidade, fica evidente a deficiência estrutural em diferentes regiões de uma mesma nação, as quais manifestam uma via contrária à isonomia de direitos e à perspectiva da inclusão digital. Além disso, convém frisar as dificuldades técnicas enfrentadas no processo de democratização da tecnologia. Nas escolas públicas, por exemplo, apesar do grande esforço do Estado para a construção dos laboratórios de informática, muitos professores não tem o conhecimento técnico necessário para manusear as novas ferramentas, o que impede o total proveito do potencial desses dispositivos na educação. Ademais, muitas instituições de ensino não contam com mão de obra especializada para a manutenção dos equipamentos, os quais, por sua vez, ficam inativos e em desuso por um longo tempo quando estragam. Com efeito, embora provectas medidas, alguns pequenos obstáculos impedem as vantagens da inclusão tecnológica na era da informação.    Em virtude do que foi mencionado, impõem-se medidas que vão de encontro ao impasse em vigor. Maximamente, o Ministério das Comunicações, em parceria com ONGs, deve reservar uma maior parcela da verba pública para levar infraestrutura de acesso à banda larga e equipamentos tecnológicos para as regiões mais deficitárias, garantindo uma igualdade de direitos no território nacional. Outrossim, o Governo Federal deve fechar um acordo com empresas privadas na área de tecnologia, as quais prestariam serviço de consultoria, manutenção e capacitação dos professores para manusear as novas máquinas instaladas, otimizando o processo educativo com os benefícios dos equipamentos de informação. Só assim, o Brasil estará mais próximo de uma inclusão digital igualitária para todos cidadãos.