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Enviada em: 31/10/2017

O Brasil é um país que se formou em cenário de desigualdades, já que desde a proclamação da independência, em 1822, a elite, em conjunto com o monarca, detinha a força política, econômica e moral. Entretanto, embora date séculos atrás, o país permanece na mesma situação no século XXI, em especial na igualdade de acesso ao mundo digital, no qual a população de baixa renda continua negligenciada. Nesse contexto, é imperativo democratizar acesso às novas tecnologias de informação e debater acerca dos caminhos para atingir a isonomia.            A princípio, vale pontuar que o cenário heterogêneo de renda brasileiro corrobora para os baixos índices de internautas. Exemplifica-se a desigualdade social existente por meio de uma pesquisa realizada pelo IBGE, na qual cerca 98% da população da classe A conta com computadores e internet, contrastando com apenas 27% das classes D e E. Desse modo, é notório que para ampliar a garantia de isonomia política no que tange ao acesso à rede, é necessário, mormente, vencer as disparidades econômicas, garantindo a toda a população a utilização das novas tecnologias informacionais.             Ademais, convém ressaltar que a baixa porcentagem de acesso ao meio virtual é paradoxo, já que há inúmeros benefícios proporcionados por seu uso. Uma prova de que a sociedade pode se aliar a internet está na pesquisa feita pela BBC Brasil, na qual foi comprovado tanto o maior desenvolvimento de ferramentas linguísticas, elevada troca de informações pertinentes, quanto o suporte para o aprendizado daqueles que utilizam as redes digitais como instrumento de ascensão intelectual. Dessa maneira, percebe-se que as novas tecnologias fornecem alicerces para o aprimoramento da vida pessoal, profissional e social, tornando-se essencial sua difusão por todas as classes sociais.            Logo, é imprescindível que haja inclusão digital na sociedade brasileira. Para isso, o Governo Federal deve aprimorar e ampliar, por meio de parceiras privadas e municipais, o projeto de promoção de igualdade digital, o “Computador Para Todos”, difundindo-o em escala nacional, priorizando áreas de baixa renda, para assim promover a isonomia no quesito digital, já que tem por base a aquisição de máquinas tecnológicas a baixo custo. Além disso, Ministério Público deve investir na ampliação de políticas assistencialistas, como projetos de internet gratuita, elaboradas pelos órgãos sociais governamentais, objetivando romper o empecilho da desigualdade social herdada há séculos, por meio da destinação de impostos arrecadados pela Receita Federal.