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Enviada em: 03/11/2017

"O que falta nessa cidade?...Verdade,Honra e Vergonha!".Tal fragmento poético da obra Epigrama,escrita por Gregório de Matos durante o Barroco no século XVII,buscou retratar as mazelas vivida durante o período colonial.Não obstante,essa expressão literária reflete após quatro séculos na sociedade contemporânea por meio dos desafios da Inclusão Digital no Brasil.Dessa vez,os "vergonhosos" são os excluídos digitais vítimas de um caminho que desafia os direitos humanos.         Nessa caminhada,ressoa como destaque o papel estatal omisso.Como afirma Thomas Hobbes na obra "O leviatã" o Estado deve estabelecer um contrato social em que garanta a segurança do povo e iniba um convívio caótico.De maneira análoga,é notório perceber que a falta do acesso igualitário ao uso digital rompe essa harmonia por meio da ausência de redes de internet em algumas regiões do país e no custo elevado em obter esses recursos virtuais os quais acarretam no distanciamento da informação e da cidadania.Prova disso,são os dados coletados pelo IBGE em 2015,os quais afirmam que 30% dos brasileiros que não tem acesso aos recursos digitais moram em locais menos habitados e são renda baixa.Tal dado alarmante reforça o descompromisso com a vida e um convívio desarmônico.           Outro aspecto que contribui para esse percurso é a desigualdade social evidente.De acordo com Aristóteles"Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais".A partir desse pensamento,observa-se que a exclusão digital das minorias sociais omite o pensamento do filósofo,uma vez que as vítimas mais afetadas a exclusão digital são os deficientes devido a não adequação das necessidades especiais aos recursos tecnológicos,o qual deixa claro que a inclusão digital democrática é omissa.Prova disso,de acordo a revista Data Folha, 4 a cada 10 deficientes não utilizam os recursos digitais devido a não compatibilidade da deficiência aos meios tecnológicos.Logo,evidencia-se o papel do poder Judiciário em emitir por meio de ações judiciais o dever das empresas tecnológicas em fabricar recursos adaptativos aos deficientes como forma de garantir a equidade social.         Para que tal medida se estabeleça com eficácia e os desafios da inclusão digital no Brasil não sejam reflexos da obra Barroca são cruciais duas alternativas para resolver o impasse.A primeira se vincula no papel do Ministério da Tecnologia em investir nas regiões rurais redes de internet por meio de parcerias com empresas do setor e aderir projetos sociais que visam a adesão e diminuição do custo do meio digital as classes baixas como forma de democratizar o acesso.A segunda cabe ao papel do Ministério da Educação em promover e incentivar nas escolas o uso dos recursos digitais para aprendizados e informações como forma garantir o altruísmo.Sendo assim,por meio de atitudes éticas e ações benéficas tal máxima de Sartre se sustentará"Nós somos a mudança que queremos ver para o mundo".