Materiais:
Enviada em: 27/03/2019

Ninguém nasce odiando outra pessoa. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar. Tal declaração proposta pelo advogado Nelson Mandela permite-nos refletir, em nossos dias, sobre como a intolerância e o discurso de ódio pelas minorias representam um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas dessa problemática.       Em uma primeira análise, a herança histórica-cultural é a principal responsável pela manutenção do preconceito na atualidade. Isso acontece, porque o modelo patriarcal, apoiado pela Igreja Católica durante o Período Colonial, atrelado à ausência de políticas públicas voltadas a inserção do negro na comunidade pós abolição da escravidão apresentam-se como relevantes na manutenção do pensamento arcaico. Dessa maneira, perpetua-se a violência e o menosprezo frente aqueles que fogem do padrão instaurado.     Em uma segunda análise, a opressão é exacerbada por conta da omissão do Estado diante às comunidades negra, feminina e LGBTQIA. Isso é afirmado, uma vez que a obtenção tardia de direitos civis à esses grupos reflete, diretamente, na atualidade, de modo que coloca o Brasil como o país que mais mata minorias, como apontado pelo relatório da Anistia Internacional de 2017. Dessa forma, é inadmissível a persistência desse cenário, pois contradiz os ideais de Mandela.      Fica evidente, portanto, que é imprescindível a mitigação das causas precursoras da intolerância e do ódio. À visto disso, o Ministério da Justiça deve acolher essa parcela da sociedade, por meio da reparação da dívida histórica, com a criação de legislações que os equiparem aos demais brasileiros e melhoria na segurança, a fim de educar o tecido social e promover o respeito. Somente assim, a declaração de Mandela começará a ser concretizada.