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Enviada em: 02/04/2019

Observa-se que em nossos dias, as questões envolvendo a intolerância e o discurso de ódio contra minorias devem ser enfrentadas de maneira mais organizada pela sociedade brasileira. É visto que tal repressão se inicia no processo de construção histórica do Estado brasileiro, já que desde o período colonial, minorias ,como as indígenas e negras, foram desprovidas de direitos e permanecem lutando até a contemporaneidade para obtê-los de maneira efetiva. Sob esse aspecto, acredita-se que não só a falta de conhecimento, mas como também a estruturação da sociedade contribui para a manutenção de tais adversidades.   Em uma primeira análise, é notório ressaltar a influência que a escassez de conhecimento exerce na disseminação do preconceito e do discurso de ódio. Julga-se que que assim como defendido por Bauman, a sociedade brasileira está mergulhada em conhecimento fragmentário, ou seja, há acesso à informação, mas pouco conhecimento é de fato produzido. Dessa forma, salienta-se que a carência de saber sobre os direitos das minorias e sobre o processo de formação das mesmas fortalece o discurso de ódio e a intolerância, dado que é natural ao indivíduo estranhar aquilo que não conhece.   Outrossim, cabe também salientar que a intolerância e o discurso de ódio tornaram-se parte da organização do Estado, visto que a nação foi erguida a partir de processos históricos que fortalecem a discriminação de minorias. Com isso, acredita-se a estrutura atual da nação brasileira corrobora para com a afirmativa de Rousseau de que homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe, já que por estar inserido em uma ambiente intolerante e desprovido de conhecimento, o cidadão em muitos casos tende a tornar-se intolerante.   Torna-se indubitável, portanto, a necessidade de solucionar a problemática em voga. Dessa maneira, a escola  deve aumentar a carga de conhecimento que é transmitido acerca das minorias brasileiras, através de palestras com lideranças dos grupos, além de discussões que levem a entender o contexto social que levou a formação do grupo como minoria, a fim de que munidos de conhecimento, os cidadãos  possam começar a estruturar uma sociedade menos intolerante. Ademais, cabe ao Estado o direcionamento de capital para que ações afirmativas sejam promovidas, visando uma maior integração entre  maioria e minoria, além de buscar eliminar a desigualdade que existe na nação brasileira. Com tais medidas, o fato será gradativamente amenizado.