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Enviada em: 29/04/2019

A intolerância e o discurso de ódio encontram-se ávidos nas sociedades contemporâneas e, dentre elas, a brasileira. Frutos de raízes históricas que, propositalmente, abafavam as diversidades sociais, tais fatores procuram, por meio da violência de toda ordem e exclusão social, resgatar antigos valores e aniquilar a pluralidade cultural e comportamental, essa a qual o mundo detém no presente. Cabe ressaltar as mulheres, negros, LGBTs e indígenas como as maiores vítimas desse processo.   É possível observar, do ponto de vista histórico, como o processo de colonização pelos portugueses proporcionou prejuízos à sociedade brasileira. Os negros africanos foram vítimas da escravidão por séculos, um fator que agravou tais atos foi o etnocentrismo europeu, o qual explica o tratamento dado aos indígenas, que eram vistos como inferiores e sofreram, junto aos negros, perseguições e aculturação. Tal quadro histórico reflete-se na sociedade atual e é observado na persistência do racismo, intolerância com as religiões de matriz africana e desprezo aos indígenas, os quais lutam por voz na política e possuem suas terras invadidas e culturas desrespeitadas e silenciadas. Outrossim, o nazifascismo como defensor da xenofobia, homofobia e racismo inspira na contemporaneidade, também, a persistência de ideais totalitários e excludentes contra a diversidade dos povos.   Ademais, é importante salientar o machismo, o qual é pautado em valores geralmente baseados em princípios religiosos, como a servidão e obediência da mulher ao homem. Tal fator é responsável por inúmeros casos diários de violência física e psicológica, a exemplo do assédio e estupro, além da objetificação sexual por parte das mídias. Sob esse contexto, o Feminismo aspira à igualdade de gênero e fim da violência contra a mulher, contudo sofre discursos de ódio por certos segmentos da sociedade. Vale citar a LGBTfobia a qual é bastante recorrente em especial no Brasil e, embora tenham conseguido lugar na política, educação e outros setores, os gays e transexuais ainda sofrem demasiada discriminação por parte da sociedade, que se desdobra em violência física, verbal e, muitas vezes, assassinato.    Em virtude dos aspectos mencionados, é necessário, portanto, que medidas sejam providenciadas para resolver o impasse da intolerância e discurso de ódio às minorias. Cabe ao Poder Executivo dos países junto aos Ministérios da Educação, por meio da focagem às aulas de Ciências Humanas, além de debates e palestras em escolas e universidades voltados aos jovens e adultos, desconstruir tabus, preconceitos e estimular o senso crítico e empatia na sociedade. Ao Poder Legislativo, cabe a criação de leis mais severas em relação aos crimes discriminatórios de qualquer natureza. Desse modo, com tais providências citadas, é possível fazer com que o discurso de ódio permaneça apenas no passado.