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Enviada em: 16/05/2019

O humorista Danilo Gentili, apresentador no canal televisivo SBT, foi condenado a um regime semiaberto pelo crime de injúria contra a deputada Maria do Rosário por ofender, através da internet com comentários preconceituosos, a dignidade não só dela, mas da população feminina residente no Brasil. Dessa maneira, o discurso de ódio contra classes socialmente minoritárias reflete as raízes históricas do preconceito no país e a carência de representatividade de parte da população, o que acaba por gerar obstáculos a serem ultrapassados no século XXI.    Nesse contexto, é possível analisar que a intolerância contra minorias tem origem no início da formação do Estado brasileiro. Embora date de séculos atrás, a colonização do território pelos portugueses trouxe a religião cristã católica para as terras tupiniquins, embasada em preceitos patriarcais e escravistas no século XVI, a qual permeou o cenário de construção da nação até a contemporaneidade. Logo, essa ideologia se faz presente na mentalidade da sociedade e pode ser vista no comportamento de grande parte da população, a qual ainda dissemina ideologias religiosas para justificar o preconceito contra culturas diferentes, como a dos negros e indígenas, uma vez que o pensamento colonial ainda controla a maneira como as minorias são tratadas no país.    Além disso, o discurso de ódio reforça a defasagem nas questões de representatividade de partes negligenciadas da sociedade no Brasil. Conforme a teoria do contrato social do filósofo inglês John Locke, o governo instituído tem a responsabilidade de proteger as garantias de cada cidadão. Dessa maneira, é importante que ele gere mais oportunidades para as minorias sociais nos âmbitos político, educacional e no mercado de trabalho, com o objetivo de aumentar a quantidade dessas pessoas historicamente prejudicadas nas esferas diversas que regem o país, para que sejam representantes os quais possam estimular outros a buscarem melhores condições de vida. Com efeito, a discriminação contra esses grupos será limitado pela quantidade deles dentro de campos com maior influência na da população brasileira.    Infere-se, portanto, que medidas devem ser tomadas para diminuir o discurso de ódio e a intolerância contra minorias no Brasil. É imprescindível a atuação das escolas, como precursoras de conhecimento e informação, no ensino da história brasileira com maior foco na formação dos preconceitos e estereótipos direcionados a pessoas marginalizadas durante a construção do Estado brasileiro. Isso promoverá o aprendizado dos jovens sobre a importância de saber os diferentes lados da sociedade, com a finalidade de produzir o respeito as diferenças e evitar que comentários e ideologias intolerantes sejam disseminados no país.