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Enviada em: 18/05/2019

Brás Cubas, defunto autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a ninguém o legado de nossa miséria. Possivelmente hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura intolerante de muitos brasileiros contra as minorias. Tal perspectiva, pode incentivar e reforçar o discurso de ódio e casos de violência física, psicológica e emocional intrinsecamente relacionada a realidade do país, seja pela insuficiência das leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.       É indubitável que a questão constitucional e suas aplicações estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a política deve ser utilizada de maneira que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De forma análoga, é possível perceber que, a agressão contra homossexuais, mulheres e negros, rompe essa harmonia, haja vista que, seus direitos não estão sendo atendidos nem garantidos, no momento em que lhes é retirado sua liberdade e seu direito à isonomia, ou seja, a igualdade de todos independente de gênero, cor ou raça, conforme a constituição de 1988.       Outrossim, vale ressaltar a mentalidade preconceituosa como impulsionadora desta temática. De acordo com a letra da música do grupo Titãs, "desde os primórdios até hoje em dia, o homem ainda faz o que o macaco fazia". Seguindo essa linha de pensamento, nota-se que o ser humano ainda é capaz de fazer o mal ao próximo, devido aos inúmeros casos de homofobia, machismo e racismo que continuam a se efetivar na sociedade brasileira. Tais ações repugnantes de violência vão contra os direitos humanos e são acarretadas devido à falta de respeito e de caráter do agressor.       Portanto, de acordo com os argumentos supracitados é necessário primeiramente ter senso ético e respeito. Ademais, o Ministério da Educação deve implantar campanhas e palestras nas escolas, de cunho conscientizador e em oposição ao discurso de ódio, com o objetivo de promover a aceitação a qualquer pessoa e para que os jovens cresçam com o discurso de tolerância. Além disso, o Governo Federal deveria criar delegacias especializadas nesse tipo de agressão, com o intuito de melhorar o atendimento e o serviço de proteção as vítimas. Desse modo, o Brasil poderá se tornar um verdadeiro estado democrático e também conferir, de maneira eficaz, o proposto pela constituição.