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Enviada em: 23/05/2019

No período colonial, a Igreja Católica estigmatizou as religiões africanas como sendo cultos satânicos, que deveriam ser destruídos pela população. Inclusive, a Igreja afirmou que os negros deveriam sofrer com a escravidão, pois essa era a forma deles pagarem pelo culto aos demônios. Como consequência disso, ao longo do tempo, o preconceito religioso e étnico foi se enraizando na cultura brasileira e, somado a outros preconceitos existentes, resultou nas intolerâncias e nos discursos de ódio contra minorias. Esse resultado, por sua vez, atualmente, acarreta, todos os dias, em novas vítimas, no Brasil.     Intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas com opiniões, crenças ou aspectos diferentes. O Brasil é um país intolerante, pois, no Estado, as minorias, como negros, mulheres, homossexuais e obesos, que fogem ao padrão da elite, são alvos de atitudes e discursos intolerantes. Comprovado pelos dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), segundo o qual sete em cada 10 brasileiros já fizeram um comentário preconceituoso; 99% praticaram ou presenciaram situações machistas; 97% praticaram ou presenciaram situações racistas. Desse modo, com toda essa intolerância, as vítimas ficam susceptíveis aos discursos de ódio.      Mas, o que são esses discursos? Para fins legais, discurso de ódio é toda ação, gesto ou representação que seja capaz de ofender ou atacar uma pessoa ou grupo, por causa da sua raça, sexualidade, gênero ou fisionomia. Por exemplo, o apresentador Danilo Gentilli escreveu nas suas redes sociais para um internauta negro: “Quantas bananas você quer pra deixar essa história pra lá?”, uma clara analogia aos macacos, dando a entender que o internauta é um ser inferior, um macaco, por ser negro. Dessa maneira, compreende-se que os discursos de ódio fomentam a violência contra as minorias e incentivam a manutenção das segmentações e marginalizações na sociedade.       Depreende-se, portanto, que as intolerâncias e os discursos de ódio contra minorias são incompatíveis com a ideia de bem comum. Como todos os preconceitos e intolerâncias surgem a partir da falta de conhecimento sobre o que é diferente, então, o Ministério da Educação precisa implementar no currículo do ensino médio e fundamental, o ensino sobre cidadania, tolerância e diversidade. Assim, com a informação e a conscientização reduzir-se-ão os discursos de ódio e preconceitos contra minorias, no Brasil.