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Enviada em: 31/05/2019

A perseguição contra minorias sempre se fez presente ao longo da história humana, como no caso do holocausto ocorrido na Segunda Guerra Mundial, no qual cerca de 6 milhões de judeus foram mortos em campos de concentração, representando o maior genocídio do século XX. No Brasil, embora a Constituição de 88 estabeleça a igualdade entre todos os cidadãos perante a lei, é notória a intolerância contra grupos que ainda estão em busca dos seus direitos e seu espaço na sociedade. É necessário, portanto, refletir sobre as causas do problema e formas de amenizá-lo.             Em primeira análise, as raízes do ódio podem ser explicadas pela psicologia moderna. Entende-se, como um dos fatores que ocasionam a intolerância, o receio do que é diferente. Tal receio gera a insegurança do indivíduo diante do diferente, e esse utiliza o ódio como uma forma de defesa. As religiões afrobrasileiras, por exemplo, são frequentemente atacadas por pessoas que não possuem conhecimento acerca das suas crenças, origem e tradições. Pode-se dizer então que a intolerância faz parte da psique humana, e assim como todos os seus comportamentos, possui uma origem.       Em segunda análise, esse comportamento pode ser atenuado através da obtenção de conhecimento e da quebra de preconceitos. O filósofo e cientista Karl Popper formulou, no século 20, o paradoxo da tolerância, onde Popper dizia que só é possível estabelecer uma sociedade genuinamente tolerante quando os intolerantes não fossem tolerados. Nesse sentido, deve-se combater a intolerância a partir da divulgação de conhecimento e do estímulo à educação, pois segundo Paulo Freire, se a educação sozinha não muda a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.               Infere-se, diante do exposto acima, que algumas medidas são relevantes para lutar contra o ódio recorrente às minorias. Primeiramente, o Ministério da Educação deve incluir, no currículo básico comum de ensino, aulas de sociologia voltadas para a intolerância e suas consequências e para os grupos minoritários e seus históricos, a fim de estimular o conhecimento das crianças sobre a diversidade social existente. Além disso, o Estado deve reafirmar políticas de inserção de indivíduos que têm sua herança histórica afetada através de programas educacionais, sendo a inserção uma forma de aproximação entre diferentes grupos e, dessa forma, permitindo a socialização e quebra de pré-conceitos. Por fim, cabe à mídia, tão importante na comunicação humana, oferecer a representatividade desses indivíduos, despertando a informação e inclusão dos mesmos, propondo uma sociedade mais receptiva e menos intolerante.