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Enviada em: 10/06/2019

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um ''corpo biológico'' por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Nesse contexto, para que esse organismo funcione de forma igualitária e coesa, é necessário garantir todos os direitos dos cidadãos. No entanto, no Brasil, isso não ocorre, visto o crescente preconceito e discurso de ódio vivenciados pelas minorias, principalmente os LGBTQIAs, negros, indígenas, mulheres e refugiados. Dessa maneira, rever a situação a qual as vítimas estão submetidas é indispensável para avaliar seus efeitos na contemporaneidade.      Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres. Todavia, a isonomia prevista na Constituição Brasileira é contrária à encontrada na realidade e consequentemente a naturalização da intolerância e desinformação sobre as diversidades deixam vulneráveis tanto cotidianamente quanto legalmente essas minorias. Além disso, não há, de fato, uma representatividade política sólida dessas classes, inviabilizando que se alcancem conquistas eficazes no que diz respeito à igualdade.         Somado a isso, com o avanço das novas tecnologias, o uso das redes sociais deu voz a chamada Violência Simbólica, que segundo Pierre Bourdieu, instituições e indivíduos podem tentar persuadir outros com suas ideias. Assim, estereótipos e discursos de ódio na internet se espalharam em grande escala, principalmente pela impunidade devido ao anonimato e pela liberdade de expressão. Dessa forma, o surgimento das leis que amparam as camadas minoritárias não cessaram essas mazelas e, ao invés disso, fizeram as ''fobias'' tomarem outras formas menos abertas a flagrantes.     É evidente, portanto, que ainda há entraves na solidificação de medidas a fim de diminuir essa inercial problemática. Diante dessa realidade, é preciso que o Ministério da Educação em parceria com o Ministério das Comunicações abordem e divulguem nas escolas, universidades e mídia, a diversidade e sua importância encontradas nas minorias, seus respectivos direitos, os canais de denúncia e como, quando e porquê denunciar. Ademais, é imprescindível que haja investimento governamental no que tange a apoios jurídicos, sociais e psicológicos às vítimas, bem como o aumento de delegacias especializadas a esse público como ainda a formação de lideranças consolidadas, seja Ong seja na própria política, com o objetivo de representar, inserir e legitimar a isonomia perante toda a sociedade brasileira. Certamente, diante desse esforço conjunto, não haverá barreiras capazes de minimizar esse impasse.