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Enviada em: 17/06/2019

No filme "Histórias Cruzadas”, nota-se de forma indubitável como as personagens negras viviam numa sociedade cujo racismo prevalecia. Apesar de a história se passar nos Estados Unidos, essa é uma realidade concomitante no Brasil, visto que ele é um país no qual o discurso de ódio contra minorias é algo histórico e tem insistido até os dias de hoje – seja por certa omissão do Estado, seja por ações vindas da própria sociedade.        Em primeiro lugar, nota-se como figura de destaque os governantes, haja vista que esses acabam por decidir parte do rumo do país, e são incumbidos de criar e aplicar leis, sendo que quando se trata de grupos mais vulneráveis, percebe-se que o governo tem sido um pouco ausente. Desde a oficialização do Estado como laico, pouco (ou nada) se tem feito para promover a inclusão de diferentes religiões; quanto aos negros, sua igualdade aos demais é praticamente manifestada somente no papel; aos pobres, a oferta de "excelente" ensino gratuito e acesso à saúde "digna" demonstram por si só que não há verdadeira igualdade; quanto às mulheres, essas continuam a ganhar menores salários e serem agredidas; além do mais, o lugar que mais mata homossexual no mundo é o Brasil, e a FUNAI que apenas busca defender os direitos dos indígenas acaba por ser desvalorizada. Dentre tantas manifestações de violência, sejam elas físicas, morais ou simbólicas, é notório que uma falha na punição aos agressores ou más políticas de controle sobre o cumprimento da lei estão ocorrendo.        Sob um viés mais "preventivo", buscando ir na raiz do problema, nota-se influências desde a colonização deste país, e olhando para os dias de hoje, confirma-se também que agora quem tem um grande papel na formação do indivíduo, além da própria família, é a escola e a mídia, sendo elas grandes responsáveis pela perpetuação do preconceito. Nas palavras de Immanuel Kant, "O ser humano é aquilo que a educação faz dele", portanto, é indispensável reconhecer a escola como dona de um grande papel: o de formar jovens mais empáticos, que não carreguem em si um etnocentrismo perverso ou acabem por ferir a dignidade humana já garantida inclusive em lei, como na Constituição Federal.        Urge, portanto, que, para amenizar os problemas de intolerância e discurso de ódio no Brasil, o sistema judiciário aja com mais rigor, e garanta que, com medidas de melhor organização de prioridades, atendam e punam autores de crimes, visando reduzir os casos de violência. Ademais, as diretorias regionais de educação devem promover eventos, palestras e instrução aos professores para que abordem temas sobre inclusão e aceitação de minorias, e a mídia atue com campanhas na televisão e em redes sociais, para, assim, distanciar o Brasil de um cenário como "Histórias Cruzadas".