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Enviada em: 08/06/2019

Na animação "Frozen: uma aventura congelante", a personagem principal, Elsa, possui o poder de congelar tudo aquilo que toca. Diante da inabilidade de lidar com tal situação, seus pais a isolam em um castelo, proibindo-a de ter contato com o mundo exterior. Apesar de ser uma ficção, o longa aborda uma realidade presente no Brasil contemporâneo: a dificuldade de lidar com o diferente. Sob esse aspeto, pode-se afirmar que o país ainda caminha de forma e retrógrada quanto à inclusão social das minorias, que sofrem diariamente com a intolerância propagada graças à omissão do poder público.   Sabe-se que a propagação dos discursos de ódio contra minorias não é uma invenção do século XXI; durante a Segunda Guerra Mundial na Europa, milhões de negros, judeus, ciganos, homossexuais e transexuais foram oprimidos, maltratados e brutalmente assassinados em prol da manutenção de uma sociedade preconceituosa e intolerante. Infelizmente, na contemporaneidade brasileira, apesar do avanço dos direitos humanos, essa cruel realidade ainda se faz presente, visto que crescem diariamente os registros de violência relacionados ao preconceito e à discriminação. Tem-se como exemplo o caso da vereadora Marielle Franco, negra, lésbica e periférica, que foi cruelmente assassinada no ano de 2017 graças à sua militância em prol das minorias. Concretizando o fato supracitado, um levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que a taxa de homicídios contra jovens negros cresceu em 23% nos últimos anos, reafirmando o caráter preconceituoso e excludente do país.   Tem-se conhecimento que a constituição cidadã de 1988 garante plenitude de direitos para todos os brasileiros, de forma igualitária e justa. Em contraste, o governo age com imensurável descaso, ao não criar políticas públicas funcionais com fim de combater a intolerância nacional. Pode-se afirmar que as minorias brasileiras (em especial, mulheres, negros, LGBT's, ateus, indígenas, deficientes e praticantes de religiões de matriz africana) são afastadas cotidianamente das esferas social, acadêmica e econômica do país, graças ao preconceito enraizado e propagado pela ignorância. O educador Paulo Freire afirma que "se a educação sozinha não transforma, sem ela tampouco a sociedade muda", sob esse viés, pode-se afirmar que o único meio de tornar o Brasil tolerante e equitativo, é a educação.   Portanto, medidas são necessárias para combater o impasse. O Ministério da Educação deve promover palestras nas escolas públicas, com fim de conscientizar a população sobre a importância e necessidade de aceitar, respeitar e acolher o diferente. É imprescindível que as mesmas contem com a presença de juristas, educadores e psicólogos, além da distribuição gratuita de livros didáticos que mostrem de forma clara e simples os prejuízos causados pelo preconceito. Somente através da educação pública, gratuita e de qualidade será possível alcançar um Brasil justo, plural e empático.