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Enviada em: 17/06/2019

“No meio do caminho tinha uma pedra/Tinha uma pedra no meio do caminho”. A partir dos versos de Carlos Drummond de Andrade pode-se relacionar a tal “pedra” com a intolerância e discurso de ódio contra as minorias. Nesse sentido, essa realidade brasileira mostra-se como um cenário desafiador, seja a partir de uma reflexão histórica, seja pela dificuldade de desconstrução.           Em primeira análise, é indubitável que a questão histórica esteja entre as causas do problema. Nessa perspectiva, no período entre guerras, houve a formação dos governos totalitários, a exemplo disso, o Nazismo liderado por Hitler excluía grande parte da população como judeus, negros, deficientes físicos; para os nazistas eles não faziam parte da raça ariana (pura). Assim, é notório que a história da humanidade sempre foi marcada por discursos e discriminação contra a minoria como exemplo a inquisição na Idade Média, apartheid, mortes de deficientes físicos por gregos na Antiguidade, até mesmo obras do realismo retrata intolerância contra as minorias.          Outrossim, a dificuldade de desconstrução é visualizada na população. De acordo com sociólogo Pierre Boudieu em sua teoria sobre o “Habitus”, toda sociedade incorpora os padrões sociais impostos e os reproduz ao longo de das gerações. Logo, o indivíduo é influenciado pela família ou ambiente em que convive a acreditar apenas em uma verdade e todos que estão fora desse padrão é visto como “errados”, fortalecendo assim o preconceito.          É imperativo, portanto, que as famílias em parceria com as escolas, por meio da formação pessoal e de princípios, que têm a finalidade de ser referências para as crianças, devem educar, construir valores para seus filhos e promover reuniões com diálogos para desconstruir crenças e ampliar o campo de visão. Além disso, o Governo associado com a imprensa, que tem a função de informar a população deve elaborar programas, por meio de quadros educativos que ensinem sobre as diferenças entres os indivíduos e principalmente o respeito. Dessa forma, a tal “pedra” citada pelo Carlos Drummond de Andrade poderá ser retirada do meio do caminho.