Materiais:
Enviada em: 09/06/2019

"Está para chegar o tempo de liberdade, tempo em que todos serão iguais". Trazendo a ideologia difundida na Conjuração Baiana, em 1798, para o contexto contemporâneo no Brasil, nota-se a necessidade de revolução em prol dos menos favorecidos socialmente, com base no quadro de discrepância social. Nessa perspectiva, cabe analisar o que motiva essa discriminação e seus efeitos para o futuro do país.        Em uma primeira análise, é válido ressaltar que, o processo de isolamento das minorias sociais está enraizado historicamente no país. Isso ocorreu em função da colonização portuguesa, que impôs sobre os nativos uma cultura europeizada, onde apenas brancos, católicos e heterossexuais eram aceitos. Tal fato contribuiu para a propagação de violência, agressões e intolerância com as parcelas sociais que se diferenciam dos padrões previamente estabelecidos, desde o século XVI até os dias atuais. Dessa forma, o bem comum é esquecido e o crescimento pessoal é priorizado, quando na verdade o altruísmo deveria se sobrepor ao egoísmo para o bem social, ideia defendida pelo sociólogo Auguste Comte.       Paralelamente a essa questão histórica, é necessário pontuar que, a precária representação institucional é o principal problema que afeta os grupos minoritários. O sistema representativo instituído no Brasil favorece os grandes grupos, que se organizam para conseguir um representante político, que atenda às suas necessidades imediatas, assim as minorias acabam sendo representadas de forma secundária ou de forma alguma. Segundo dados da União Inter-Parlamentar, de 2016, a taxa de participação de mulheres na política brasileira está muito abaixo da médias mundial, assim, pode-se perceber a desigualdade de gênero na esfera política e, consequentemente, social, visto que, que sem representação, a situação de vulnerabilidade é aumentada.             Nota-se, portanto,  que a fragilidade das minorias sociais precisa ser discutida. Para isso, é fundamental que o Poder Legislativo aumente o rigor das legislações específicas, que protejam efetivamente as minorias subjugadas, por meio de revisões e criações de leis sobre cotas na esfera política de mulheres, negros e indígenas, por exemplo, para que haja mais participação e mais representação desses grupos a fim de garantir seus direitos. Ademais, urge a atuação mais intensa de instituições formadoras de conduta moral, como famílias e escolas, no debate sobre o respeito e  a cidadania em quaisquer ações, a fim de garantir uma melhor convivência com as diferenças e buscar uma sociedade com mais empatia.