Materiais:
Enviada em: 16/06/2019

Na música "intolerância", o cantor Lenine descreve o ato homônimo ao título como uma força quase sobrenatural. Esse mal é comum na atualidade, pois ao passo que a conectividade trouxe maior contato com o diferente, ela evidência a dificuldade do indivíduo aceitar o estranho. Dessa maneira, pautado em desinformação, o discurso de ódio figura como uma fusão de inclinações naturais e culturais do ser humano.        Em primeiro lugar, com base na teoria da tabula rasa, do filósofo John Locke, o homem é produto de suas experiências culturais. Por isso, em grande parte, as pessoas não nascem com ódio e intolerância às minorias, mas sim aprendem tais atos e sentimentos ao longo de sua vida. Sendo assim, é seguro dizer que o racismo no Brasil, por exemplo, provém muito mais de construções seculares, do que da índole do ser humano.       Entretanto, a inclinação natural existe, uma vez que a história da humanidade é manchada pelo "nós contra eles". Tal fato pode ser observado na constante visão que surgiu em diferentes civilizações sobre a falsa superioridade de um grupo em relação ao outro. Na Roma antiga, esse sentimento chegou ao ponto de nomearem quem não dominava o latim como "bárbaro". Essa condição sentimental, como descrita na música de Lenine, só vence o indivíduo caso ele permita e para combate-lá é preciso, acima de tudo, conhecer e compreender o diferente.       Portanto, o intolerante discurso de ódio no Brasil é filho da cultura e da naturalidade humana, sendo esse mal disparado multidirecionalmente ele fere principalmente as minorias. Dessa forma, a fim de amenizar a problemática, o Ministério da Educação e Cultura deve complementar o ensino brasileiro adicionando novas atitudes em sala de aula. Para tal, é necessário que, principalmente nos primeiros anos escolares, seja criado o " dia do diferente", um episódio no qual os professores do dia devem munir o aluno com informações relacionadas as matérias estudadas sobre alguma minoria brasileira. Essa medida visa reverter o quadro de desconhecimento, tão necessário a gênese da não aceitação do diferente.