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Enviada em: 14/06/2019

(Des) construção humana     Racismo, machismo, homofobia. Diversos são os tipos de intolerâncias presentes no Brasil. Ao longo da formação do imaginário coletivo e da história nacional, a opressão a diversas minorias perpassou a construção da identidade do país e fez-se regra em sua população. Com efeito, esse panorama de desconstrução do outro, fruto do preconceito social e do descaso do Estado em reverter esse quadro, mostra-se um desafio a ser superado com urgência, porquanto alicerça uma sociedade submersa na desconstrução ética.    Em primeira instância, sob a ótica sociológica, o preconceito que perpetua a mente de grande parcela da população brasileira fomenta um complexo cenário de injustiça social, haja vista que a banalização do problema fortalece sua presença nas relações sociais. Além disso, segundo dados do jornal O Globo, em 2014, cerca de 34% das publicações feitas nas redes sociais demonstraram discursos de intolerância e preconceito às minorias, o que mostra a indubitável relevância do debate acerca dessa problemática. Cabe ressaltar, também, que a manutenção desse fato possui estreita relação com o modelo judiciário vigente, o qual não aplica as leis de forma eficiente para conter essa situação.    Em segundo plano, sob a ótica política, o descaso Estatal diante desse fato, produz uma real sensação de impunidade entre os que praticam as ofensas, visto que esses indivíduos sabem que dificilmente serão culpabilizados e penalizados pelos danos causados. Ademais, essa conjuntura materializa com nitidez a concepção de "Violência Simbólica", do sociólogo Pierre Bourdieu, cuja base teórica buscava compreender os tipos de violência que, apesar de não causarem danos físicos, causam danos morais e psicológicos. Com isso, tal reflexão reaviva a problemática enfrentada atualmente, na qual essa grave situação de intolerância ainda se faz presente no país.     Portanto, é perceptível que o preconceito social e a inabilidade do Estado em reverter esse cenário são desafios ao respeito e à ética nacional. Visto isso, a fim de garantir acentuada melhora nesse panorama, cabe ao Governo Federal, via Ministério da Educação, por meio de propostas pedagógicas, criar a disciplina de "Ética e Moral" a ser ministrada em todas as escolas do país. Adicionalmente, o Ministério dos Direitos Humanos, mediante auxílio financeiro do Estado, dever ampliar os núcleos de amparo às vítimas. Dessa maneira, toda a sociedade será beneficiada e a concepção de Pierre Bourdieu não mais será uma realidade no Brasil.