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Enviada em: 11/06/2019

Partir da concepção do que são “minorias” no formato social vigente: grupo desfavorecido em relações de poder – incita, à luz do senso crítico, a pensar sobre os motivos que geram a intolerância e ódio contra esses.     O existir de um indivíduo inserido neste contexto é carente de representatividade – nas mais altas estruturas; marginalizado pelos núcleos – do meios de influência e não recepcionado pelos executores legais das leis que os amparam – as mesmas que são feitas para todos.         O olhar de um alguém quando não há o que ver acima de si, não se projeta para o alto. Permanece a frente, onde só enxerga os iguais e, abaixo, onde vê o chão. Representatividade, não é eleição de heróis, por mais que chegar ao topo de uma estrutura social hierárquica opressora e utopicamente meritocrática seja uma ação digna de louvor, quando não se possui privilégios. É, além. É através do raro, do diferente, do desacreditado que, um dia, esteve na mesma linha dos iguais e, depois, passa a ocupar um espaço sob aquela linha de visão sobre as cabeças comuns, que os demais percebem que todos os lugares podem ser ocupados. Até mesmo, aqueles mais altos e distantes do que podem ver.       Deixa portanto, a massa de se entender como à margem e começa a se perceber participante de um sistema estrutural, onde ela é a base e sem ela o topo não se sustenta. Entende sua importância social quando, um qualquer deixa de sê-lo. A estranheza e desconforto que abruptamente são percebidos naqueles que estavam acostumados a ver a base da sociedade abaixo de si e mal amparada pelo poder público em sua tripla formação – executivo, legislativo e judiciário - só pode ser compreendida ao assimilar que eles sentem medo.        Medo é o sentimento que é o gatilho do ódio e da intolerância. O indivíduo que não quer perder privilégios, teme repartir o que já tem. Entende, sem estar correto que a única forma de viver bem é vivendo sobre alguém. Não considera repartir para multiplicar, apenas suporta a idéia de que é necessário pisar para permanecer. Viverá, portanto, odiando, e usará o discurso da tolerância apenas quando convém.