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Enviada em: 17/06/2019

Na Grécia Antiga, presenciou-se uma cultura discriminatória em que mulheres eram impedidas de votar e não eram consideradas cidadãs. No Brasil, em pleno século XXI, vive-se uma realidade arcaica em que comportamentos preconceituosos continuam sendo proferidos contra grupos minoritários. Dessa maneira, convém analisar como a impunidade, bem como o medo de denunciar por conta do amedronte, colaboram para o impasse.        Hannah Arendt, filósofa alemã, em sua teoria sobre "A banalidade do mal" diz que o pior mal é aquele visto como algo corriqueiro e cotidiano. Ao observar a quantidade alarmante de denúncias das vítimas e a banalização dessa problemática, percebe-se que o pensamento de Hannah é constatado tanto na teoria quanto na prática. Assim, normalização desse problema, somada a a falta de leis que punam mais severamente os meliantes, leva a estes um sentimento de impunidade por verem suas ações como normais e abusam de um cenário no qual uma lei branda prevalece.        Em segundo plano, é indubitável que o receio em denunciar esteja entre as causas do problema. Segundo dados do G1, mais de 60% das vítimas de preconceito alegaram, a princípio, terem apreensão de explanar os infratores. Isso ocorre devido à fobia das possíveis consequências como por exemplo, ameaças de morte, feitas pelos transgressores caso a queixa venha a ser efetuada.         Destarte, é notório que no Brasil, as minorias são constantemente inferiorizados pela sociedade e pelo Estado. Em razão disso, a Policia Civil deve criar uma ouvidoria pública online, a fim de dar às vítimas um meio de denunciar e, ainda assim, preservar sua integridade. Ademais, o Congresso Nacional deve discutir uma Proposta de Emenda Constitucional que puna mais severamente os causadores do transtorno, aumentando o tempo das penas para crimes de intransigência, a fim de acabar com o sentimento de impunidade. Por fim, cabe ao Ministério da Educação organizar palestras nos colégios públicos de todo o país, ministradas por psicólogos acerca da intolerância e ódio contra minorias, com tópicos como diversidade e respeito ao próximo. Desse modo, toda a sociedade se beneficiará e a ideia de Hannah Arendt não mais se fará presente no Brasil.