Materiais:
Enviada em: 03/05/2018

A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada por volta da década de setenta, promoveu alterações bruscas na comunicação, a qual adquiriu maior intensidade e alcance. No entanto, essa mudança também contou com aspectos negativos, como o de tornar atos intolerantes mais recorrentes devido essa nova forma de interação mais irrestrita.           A repressão face ao que é diferente ocorre desde os primórdios da humanidade. Há 2500 anos, principalmente na Grécia, olhar outros povos sob uma prisma etnocêntrico era uma característica forte. Por essa razão, estrangeiros eram privados de direitos como ter propriedade privada e participar da política. Nessa perspectiva, evidencia-se o quão remotas são as raízes da intolerância, o que reflete a natural dificuldade humana de compreender o diferente, mesmo que tenha obrigação social de respeitá-lo.           Essa incompreensão e desrespeito têm tido maior possibilidade de serem expressos na internet. Quando afirmou que "as mídias sociais deram voz à uma legião de imbecis" o filósofo Umberto Eco se referiu à grande recorrência de publicações e comentários preconceituosos, a qual cresceu também devido a impessoalidade e sensação de impunidade existentes na rede de comunicação. E embora leis com a do Cyberbulling tenham sido criadas, a dificuldade de fiscalizar e punir crimes de constrangimento psicossocial na internet ainda é um desafio.            É necessário, portanto, uma redução urgente da ocorrência de intolerância e discursos de ódio nas mídias sociais. Para isso, as escolas devem estimular o contato dos jovens com o diferente, através de eventos que promovam o contato dos estudantes com pessoas de etnias, crenças religiosas, pensamento político e entre outras características diversas, para que assim o contato possa instigar respeito e as futuras gerações sejam mais tolerantes. Soma-se a isso, um maior investimento na Polícia Federal para que essa possa desenvolver mecanismos tecnológicos e eficientes para investigação de crimes cibernéticos, afim de que infratores sejam punidos e atitudes intolerantes coibidas.