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Enviada em: 24/06/2018

Sendo a internet metaforicamente uma espada de dois gumes, é notável que apesar de seus benefícios, ela carrega também grandes males sociais. Outrossim, o discurso de ódio e a intolerância nas redes sociais são exemplos desses males e, fatores como as falhas na Constituição de 1988 em aliança com o preconceito arraigado de  grande parte da população, culminam para o avanço dessa prática digna de repúdio.        A Constituição Brasileira, em relação a crimes cibernéticos, infelizmente deixa a desejar sendo, na maioria das vezes, esses crimes arquivados e esquecidos.  De acordo com a lei 7716 da Constituição, crimes como preconceito de raça, cor, etnia e outros, deverão ser punidos, no entanto, quando discorridos no meio virtual, eles recebem, na maior parte dos casos, uma onda de revoltas populares na internet, e depois de algum tempo são desmemoriados, deixando o infrator livre de qualquer tipo de sentença. Assim, tal comportamento do poder Legislativo e Executivo, resulta no aumento do número de infratores, dificultando ainda mais o controle da situação, uma vez que, já não está sendo efetivamente contida. Um exemplo disso é o racismo praticado com famosos como Leslie Jones, Taís Araújo e a cantora Ludmila.       Outro fator que é a principal causa desse mal secular é o preconceito presente na maioria da população brasileira. A priori, o discurso virtual só existe porque o preconceito não virtual ainda existe, logo, conclui-se que os criminosos virtuais são os mesmos que os reais, porém covardes, posto que a internet proporciona a facilidade do discurso de ódio, uma vez que quem o pratica está escondido atrás de uma tela. Portanto, a internet não só amplia o preconceito e a intolerância já existente, como também expõe os verdadeiros monstros, o que faz jus à Nicolau Maquiavel, escritor italiano, quando afirma que ao dar poder a um homem, descobre-se quem ele realmente é.       Tendo em vista o assunto previamente apresentado, é inegável que a intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais é um enorme problema a ser resolvido. Logo, bom seria que os órgãos que recebem as denúncias desses crimes, como o SaferNet, em aliança com os poderes Legislativo e Executivo, por meio da tecnologia, bem como aplicativos e rastreadores, executassem com maior eficiência as leis vigentes que abordam esse assunto; que as escolas e a mídia, por meio de campanhas e palestras de conscientização, alertassem as pessoas não só sobre a diferença entre discurso de ódio e liberdade de expressão,  como também à importância do combate ao preconceito, para que dessa forma, se possa construir uma sociedade mais empática e que saiba utilizar a tecnologia de forma saudável.