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Enviada em: 25/04/2018

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava a base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se a luta cotidiana de milhares de brasileiros vítimas de xingamentos e discriminação nas redes sociais, os quais buscam romper as barreiras da desigualdade social. Nesse sentido, não há dúvidas de que o discurso de ódio é um problema pertinente no Brasil, o qual ocorre, infelizmente, devido não só a negligência governamental, como também, ao preconceito da sociedade.      A Constituição Federal de 1988 assegura o direito ao homem de expressar ideias e convicções, sem o intuito de discriminar ou inferiorizar o próximo. Conforme o site adolescente, Capricho, no Mato Grosso do Sul uma garota de 15 anos cometeu suicídio após suposta difamação sobre vazamento de fotos íntimas nas redes sociais. Diante disso, observa-se que o governo não está cumprindo sua obrigação de garantir a segurança dos brasileiros, deixando que postagens de ódio transformam-se em um dos fatores principais para o suicídio.    Outrossim, nota-se que o discurso de ódio está diretamente relacionado a permanência do preconceito na sociedade. Consoante o Projeto Comunica que Muda, 84% das mensagens publicadas nas plataformas do Facebook, Twitter e Instagram são de abordagem negativa aos homossexuais, negros e mulheres. Desse modo, as pessoas atuam exatamente ao postulado do líder espiritual e pacifista indiano Mohandas Gandhi, "aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos". Assim, uma mudança no pensamento das pessoas é fundamental para transpor mensagens negativas em publicações que propagam o bem estar aos internautas.    Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Tona-se imperativo que o Estado na figura do Poder Legislativo, desenvolva leis de tipificação mais rígidas, como aplicar punições severas aos praticantes do discurso de ódio. Ademais, cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas, o qual promova palestras e atividades lúdicas a respeito da diversidade de gênero, colocando um fim ao preconceito. Dessa forma, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.