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Enviada em: 04/05/2018

O século XX foi marcado por ditaduras em diversos países, e, para manter essa forma opressora de governo, a censura era essencial. Com o fim desses regimes, iniciou-se, então, um intenso clamor pela liberdade de expressão, que, hoje, é garantida à população pelas leis. Contudo, a linha entre liberdade de expressão e discurso de ódio é bastante tênue e pouco reconhecida por milhares de cidadãos, de modo a gerar disseminação de crimes nas redes sociais.        Em primeiro lugar, é preciso entender que o mundo virtual é um espelho do mundo real. Isso quer dizer que a injúria e a difamação contra as minorias socialmente oprimidas, como negros e homossexuais, existem também na realidade, porém, a internet potencializou todas esses crimes devido à sensação do anonimato. No entanto, é importante ressaltar que a internet não é “terra sem lei” como dizem, pois com o estabelecimento do Marco Civil Regulatório, que analisa as relações na internet, os criminosos podem ser identificados e punidos.        À vista disso, pode-se perceber que se trata de um problema estrutural relacionado à cultura mundial. Os indivíduos, desde a Antiguidade, possuem uma visão bastante etnocêntrica, em que o outro, que possui valores e culturas diferentes, sempre é visto como inferior. Essa visão é fomentada pelo conhecimento falho, ou até mesmo, nulo, ofertado à sociedade sobre as várias peculiaridades que um ser humano pode possuir, pois, segundo Immanuel Kant, “o homem é aquilo que a educação faz dele”. Logo, se a população não for ensinada a reconhecer as diferenças e a praticar o exercício da alteridade, o preconceito tão irradiado na contemporaneidade estará longe do fim.        Fica clara, portanto, a necessidade de adoção de medidas que visem estimular os indivíduos a conviverem com as diferenças. Em um primeiro plano, seria interessante que organizações não governamentais, aliadas às escolas, realizassem rodas de conversa, com a sociedade, sobre a pluralidade sociocultural, e estimulassem debates acerca desses assuntos como forma de auxiliar os indivíduos a se expressarem de forma inteligente e produtiva. Além disso, a mídia pode abordar a temática e suas consequências em comerciais educativos, assim como em programas de TV, como forma de conscientização. Se essas atitudes forem tomadas, o mundo virtual se tornará mais tolerante e compreensivo.