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Enviada em: 04/09/2018

A formação de um Estado como Instituição Social perpassa a evidência da construção de características que definirão sua legislação no campo político e econômico, bem como no campo da ética e da moral. Nesse sentido, o estabelecimento das instituições, em detrimento de sua função coletiva, possui fatores comparativos semelhantes entre si, que permitem a análise da Internet enquanto Instituição Social recente -e, portanto, em desenvolvimento - adendo às evidências de intolerância e discursos de ódio, como padrões que carecem de regras morais aceitas e reconhecidas pela coletividade, visando a satisfação das necessidades individuais amadurecidas.        Segundo o sociólogo Émile Durkheim, os fatos sociais são fenômenos gerais, externos e coercitivos, haja vista que ocorrem sob incidência múltipla de fatores imperativos, que englobam todos os indivíduos de uma dada sociedade, submetendo-os ao seu poder de influência, mesmo na preponderância da recusa de aceitação. Por conseguinte, o também sociólogo, Max Weber, estabelece uma relação horizontalizada e circular entre os indivíduos na organização das sociedades, na qual esses, por meio da Ação Social, que toma sempre outrem como referencial, moldam as Relações Sociais pelo fomento da consciência coletiva, que se condensam, ulteriormente, nas Instituições ou influenciam na modificação das pré-existentes.        A priori, o não entendimento das relações interpessoais como componentes políticos e a excepcionalidade da interação virtual geram, por vezes, embates ideológicos que partem da interpretação equivocada de um determinado indivíduo ou grupo, acerca de uma informação específica. Doravante, isso ocorre, frequentemente, pelo "efeito dominó" ou propagação massiva de um determinado conteúdo de visão parcial e deturpada de um fato. A posteriori, tais contextos influenciam a percepção de uma dada comunidade, que se nutre desses discursos, condensado-os na violência institucionalizada.        Portanto, é essencial a identificação desses padrões de naturalização das múltiplas violências, visando sua desmistificação educacional ou, caso faça-se necessário, intervenção jurídica. Nesse sentido, a Ação Social das ONGs, como a Safernet, são essenciais na remodelação institucional da Internet pelo esclarecimento de direitos e deveres dos cidadãos no ambiente virtual. Consoante a isso, as escolas devem abordar, na sociologia e na filosofia, o impacto da formação da Internet sobre os indivíduos para que ocorra o fortalecimento dos Direitos Humanos e da ética, haja vista que o imperativo do marketing virtual, formador de "digital influencers" sejam jovens ou crianças, não se pauta no discernimento do resultado deletério que certos contextos podem exercer na coletividade.