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Enviada em: 20/06/2018

Com o fim da ditadura e da censura, a Constituição de 1988 definiu os direitos básicos, entre eles, o da liberdade de expressão. Entretanto, hoje, alguns usuários das redes sociais parecem não reconhecer os limites de tal direito, haja vista os inúmeros atos de intolerância veiculados nesses espaços. Com efeito, fazem-se necessárias reformulações em alguns setores.   Na Antiguidade Clássica, os coliseus eram lugares próprios para disputas e conflitos. De maneira análoga, as redes sociais se tornaram um campo de batalha não físico, mas virtual, visto que atitudes hostis são construídas através do discurso de ódio. Essa realidade é intensificada pela falsa sensação de anonimato, levando muitos indivíduos a adotarem uma postura agressiva contra outros grupos. Nesse sentido, segundo o escritor Sérgio B. de Holanda, o brasileiro é um ''homem cordial'' por ter o hábito de agir e reagir mais no impulso do que racionalmente, até mesmo na internet.   É preciso mencionar, ainda, o efeito dos discursos de ódio na população. Sob essa ótica, racismo, homofobia e xenofobia são algumas atitudes intolerantes veiculadas pela internet. Prova disso, foram os comentários racistas contra uma menina de 11 anos, Ana Clara, apenas pela cor da sua pele, nas suas redes sociais em junho de 2018. Dessa forma, é evidente que, as redes sociais são um espelho de uma sociedade que não respeita as diferenças, indo, assim, de encontro com os princípios da cidadania.   Entende-se, portanto, as causas e os efeitos do mau uso das redes sociais. Para atenuar esse problema, é fundamental uma ação conjunta, na qual a mídia será responsável por disseminar informações sobre como denunciar atitudes intolerantes e alertar que não existe anonimato nos perfis virtuais, a fim de minimizar os discursos de ódio. Ademais, a escola, base fundamental, deve auxiliar os alunos no aprendizado do uso consciente das redes sociais, através de debates com especialistas e professores, no intuito de formar cidadãos que não agem no impulso e sim racionalmente. Assim, a liberdade de expressão será melhor utilizada.