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Enviada em: 12/07/2018

Ao longo do processo de formação sociocultural do Brasil, diversas conquistas sociais representaram diferentes resultados na sociedade. Dentro dessas conquistas, o direito à liberdade de expressão foi o avanço que mais obteve diferenças no modo de ser entendido pelos cidadãos. Nesse contexto, pode-se afirmar que os discursos de ódio no Brasil estão baseados na errônea interpretação do que realmente é liberdade de expressão dos indivíduos e no enraizado preconceito contra as minorias sociais.   Em primeiro plano, o conceito equivocado de liberdade de expressão é revelado quando os discursos de ódio são justificados como atos de opiniões pessoais. Indubitavelmente, o erro em interpretar o direito em expressar-se é cada vez mais comum no Brasil, visto que o aumento de casos dos discursos de ódio é notório, gerando graves consequências como ataques nas redes sociais contra as mais diversas minorias: gays , negros e mulheres. Essa equivocada prática é baseada no preconceito secular advindo da formação sociocultural brasileira que nega diferenças e as combate ao longo do tempo, ratificando, assim, a tese do historiador brasileiro, Boris Fausto, de que os discursos de ódio no Brasil são maneiras novas de expressar um antigo pensamento preconceituoso travestido, agora, de opiniões pessoais baseadas no direito à liberdade de expressão.  Em segundo plano, é necessário entender que o preconceito enraizado nos brasileiros é fruto da sociedade. Segundo o filosofo liberal inglês, John Locke, o homem nasce como se fosse uma folha em branco. Dessa maneira, o preconceito é imposto aos brasileiros através de conceitos sociais que depreciam as minorias e criam ideias a serem propagadas , como que negros são inferiores e que os gays praticam atos reprováveis, preenchendo de forma análoga a folha em branco dos cidadãos brasileiros com preconceitos que provavelmente serão internalizados e serão expressados na forma de discurso de ódio contra essas minorias sociais.Prova disso é que em pesquisa realizada pelo jornal O GLOBO mais de 63% dos brasileiros já praticaram discursos de ódio em redes sociais e deles mais de 84% admitem que o preconceito disseminado foi uma consequência da cultura assimilada.   Dado o exposto, medidas são necessários no combate aos discursos de ódio no Brasil.As escolas devem ,nas aulas história , informar corretamente os alunos a cerca de conceitos básicos do que realmente é a liberdade de expressão e fomentar a partir disso o entendimento de que discurso de ódio não é tolerado, através de rodas de discussões que debatam sobre o tema até um esclarecimento proveitoso ,objetivando a mitigação dos inúmeros ataques de ódio baseados na ideia errada de liberdade de expressão . Ademais, a escola também deve desconstruir progressivamente o preconceito de seus alunos , a fim de que futuramente essa realidade atroz seja distante do cenário brasileiro.