Materiais:
Enviada em: 20/07/2018

O termo "empowerment" - com o sentido de empoderamento, fortalecimento- está comumente sendo utilizado por sociólogos para descrever o fenômeno contemporâneo possibilitado pelas mídias digitais: a facilidade de não apenas assimilar informação, mas também de expor opiniões pessoais para um vasto público de leitores.Entretanto, essa nova tendência virtual, se por um lado fortalece o engajamento social, por outro cede espaço para o aumento da intolerância e do discurso de ódio. Pois, esses indivíduos fazem uso do anonimato e da certa dificuldade policial em identificar e punir esses crimes, para disseminar o preconceito para com as minorias. Diante disso, o debate a respeito desse tema é fundamental no combate à ressonância de discursos negativos na rede.       Sob esse viés, consoante o sociólogo Cavalcanti N. da Rocha em entrevista para o jornal "O Estado de São Paulo", é a primeira vez na história em que todos, ou quase todos, podem exercer sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet, podendo ser lido e compartilhado por milhões de usuários. Esse empoderamento virtual denominado "empowerment", faz com que indivíduos com a mesma opinião se unam em grupos, fortalecendo assim o seu ponto de vista. Tal fato, fortalece a mobilização social saudável, contudo, fortalece também o discurso intolerante e de ódio porque, em grupo esses indivíduos ganham maior representatividade por mais minoritários que sejam e acabam por se sentirem seguros o suficiente para constranger e praticar crimes contra os demais.       Por conta disso, a quantidade de denúncias de delitos virtuais na última década aumentou em mais de 200% segundo relatórios da ONU. Esse fato remete a sensação de impunidade e anonimato que o mundo virtual ainda proporciona, uma vez  que embora leis e mecanismos estejam sendo produzidos para sancionar esse tipo de crime, eles não evoluem com a mesma rapidez que a intolerância virtual. Junta-se a isso o fato de a vítima nem sempre saber como proceder após sofrer agressão e, quando sabe, os procedimentos e a burocracia legal nem sempre garantem a identificação e o rastreamento do criminoso. Logo, faz valer a expressão de que a internet é  uma "terra sem lei".       Portanto, a intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais devem ser combatidos.Para isso, cabe às escolas,a função de combater atos discriminatórios ainda na infância para que estes não sejam repercutidos na fase adulta, através de ações pedagógicas que possibilitem o contato e o diálogo com culturas, religiões e gêneros diferentes, a partir de palestras e eventos culturais e folclóricos. Cabe ainda ao poder judiciário e legislativo maior eficiência na elaboração de leis e de softwares rastreadores de contas que promovam o ódio virtual, além de maior exposição dos agressores e suas respectivas punições. Assim, o empoderamento social virtual será alcançado de forma sadia e respeitosa.