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Enviada em: 17/10/2017

Ao filósofo francês Voltaire foi atribuída a frase : " Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dize-lo", que exprimia o direito universal à liberdade de expressão de todos os indivíduos. Entretanto, nas redes socias "o direito de dize-lo" tem sido adulterado e isolado por muitos brasileiros, que acreditam que ofensas odiosas a grupos diversos se enquadram no benefício apresentado, sendo tais ações esforços para restringir à autonômia de pensamento à elites normativas.          A intolerância nas redes sociais demonstra falta de compreensão do Brasil num dos pilares da sociedade tupiniquim: a democracia; ela é fundamentada no equilíbrio entre o exercício do dever e o gozo do direito, e relacionado à manifestação do pensamento, a Constituição de 1988, alega que é direito do cidadão a liberdade de expressão e pensamento, contudo, o mesmo possui o dever de respeitar os direitos sociais dos outros indivíduos durante a sua exposição. Sendo assim, quando uma pessoa se expressa de maneira ofensiva contra alguma religião, orientação sexual ou ideologia política, ela não está agindo democraticamente, pois sua ação desequilibrada favorece o direito e deturpa o dever       Outro ponto a ser analisado é que a liberdade de expressão está atrelada à liberdade social, ou seja apenas quem é livre pode se expressar. Para ilustrar, a abolição da escravatura, em 1888, propôs libertar os negros da escravidão e equaliza-los socialmente com o resto da população, em consequência isso lhes daria voz social, como por exemplo, através do direito ao voto. Porém, o racismo cultural, que os acompanha até hoje, se mostrou uma barreira à esse ideal, sendo ele uma constante tentativa de escravizar e calar os negros. Logo, ao colerizar esse, ou qualquer outro, grupo nega-se a ele a liberdade fisíca e de expressão. Dessa forma, a internet tronou-se uma plataforma para a inflexibilidade presente em todo o Brasil, que é uma tentativa de calar comunidades que possuem características divergentes das estabelecidas como padrão para o mundo ocidentental.       Diante de tais fatos, expõe-se a gravidade do discurso de ódio e da intolerância nas redes socias possuindo necessidade em serem combatidos, por meio de ONG's que explicitem através de campanhas publicitárias, veiculadas à internet, a gravidade e as reais intenções dessas ações, para que os usuários venham abandonar essas práticas. Adicionado a isso, o poder Executivo deve elaborar projetos educativos, que atendam escolas públicas com palestras e simpósios, com a intenção de ensinar e relembrar os preceitos da democracia, para que o cidadão não venha mais cometar deslizes sobre seus direitos e deveres.