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Enviada em: 06/10/2017

Terra de ninguém. É assim que costuma-se referir ao ambiente cibernético. A garantia do anonimato permitiu que discursos de ódio já existentes, mas oprimidos pela pressão do meio social, pudessem ser expostos livremente. Nesse sentido, as minorias da sociedade como, negros, índios e homossexuais são os principais alvos do "cyberbullying".       Em primeiro lugar, é importante destacar que a origem do "facebook" teve como base denegrir a imagem da ex namorada de Mark Zuckerberg, como explica o filme "A Rede Social". Contudo, acabou se tornando o maior meio de interação social na internet. Assim, nota-se que desde o princípio a rede social foi um espaço de propagação de intolerância e discurso de ódio.        Vale ressaltar que, conforme enunciado por Durkheim, uma sociedade mecânica é marcada por pouco espaço para individualidades, de forma análoga a rede social tornou-se uma amplificação desse tipo de sociedade. Os homossexuais, por exemplo, sofrem constantemente com o "cyberbullying", pois o meio social tende a julgar e querer consertar aquilo que consideram uma anomalia. Logo, o discurso de ódio e a intolerância são amplificados pela rápida e fácil disseminação de conteúdo.       Acresce que com o aprimoramento da tecnologia o anonimato tornou-se uma garantia oferecida pelas redes sociais. Empresas internacionais utilizam a criptografia de dados para garantir a privacidade do usuário, o que dificulta a ação da polícia na punição de crimes virtuais. Além disso, o Brasil não possui nenhuma legislação que regule a ação das redes sociais no que se refere a investigação pública. Em função disso, diversos discursos de intolerância são propagados na internet, pois há garantia de impunidade.       Portanto, é necessário lembrar que discurso de ódio não é liberdade de expressão e, conforme previsto na Constituição, deve ser devidamente punido. Assim, faz -se necessário que políticas públicas de conscientização sejam feitas pelo Governo Federal como, por exemplo, propagandas na televisão, rádio e nas próprias redes sociais, explicando os tipos de crimes virtuais e como denunciá-los. Além disso, é essencial que os parlamentares elaborem um projeito de lei que defina as regras de privacidade na internet e permita a investigação da polícia federal e civil, visando adquirir dados e informações de criminosos nas redes sociais para solucionar crimes de intolerância. Dessa forma, é possível acabar com a impunidade na internet e diminuir a ocorrência do "cyberbullying".