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Enviada em: 10/10/2017

A intolerância ao diverso não é algo novo no Brasil, prova disso foi a crítica publicada por Monteiro Lobato num jornal em 1917 sobre a exposição de Anita Malfatti, em que ele compara a onda vanguardista, que inspirara a artista, à vermes. Atualmente, o problema crescente relativo aos discursos de ódio nas redes sociais toma formas perigosas. Por isso, que o caminhar ruma à tecnologia exigida por períodos de adaptação social, como o atual, coloque em pauta valores como respeito ao próximo e aceitação a novidade.     O Brasil passa hoje por uma séria crise política e econômica. Seja de cunho mais conservador ou social, discursos maniqueístas acabam pintando o outro lado da conversa como o diabo que come criancinhas. Parafraseando o sociologo Zygmunt Bauman, na balança social da aproximação e distanciamento, a massiva tecnologia faz pender para o lado do afastamento. Por isso, a ampla possibilidade de comunicação, criada pela internet,  assume vieses de ditadura da opinião própria, que desconsidera  e ofende o outro lado sem nem mesmo analisar o que é discutido.     Outro ponto importante, é a capacidade autotrófica da rede quanto aos discursos de ódio. Com o surgimento do Youtube e sites de streaming, criou-se também a possibilidade de escolha do conteúdo assistido. Deste modo, opiniões que antes eram guardadas para o seio familiar, hoje ganham vozes, seguidores e compartilhamentos na internet. Em outras palavras, o preconceito, a intolerância, a xenofobia já existiam no brasileiro, mas hoje ela é confundida com liberdade de expressão.     A mudança deste quadro por ser obtida, portanto, através da qualificação continuada de professores, preparando-os para lidar com as problemáticas atuais em sala de aula, além de uma parceria entre o governo e sites de conteúdo aberto, como Youtube, para maior fiscalização do que é produzido, sempre obedecendo aos direitos humanos. Para que assim, a gentileza e o apreço não se tornem abstrações antiquadas.