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Enviada em: 10/10/2017

O filme "A rede social" retrata a história do jovem Mark Zuckerberg - fundador do Facebook - o qual, meses antes de sua maior criação, foi processado por danos morais ao criar um site que classificava garotas da universidade de acordo com seu aspecto físico. Fora das telas, no Brasil hodierno, o discurso de ódio na internet tem ganhado dimensões preocupantes. Haja vista as características do ambiente virtual propícias à manutenção dos preconceitos sociais, evidencia-se um cenário desafiador na luta contra a problemática.    Em uma primeira análise, cabe pontuar os fatores condicionantes das práticas cibernéticas discriminativas. Segundo a organização não governamental Safernet, entre os anos de 2010 e 2013, o número de de denúncias contra páginas que divulgaram conteúdo, em geral, preconceituoso aumentou em 200%. Tal conjuntura se deve ao fato de que, com a internet, sobretudo nas redes sociais, a possibilidade da publicação em anonimato serve de subterfúgio para uma parcela etnocêntrica da população expor e reproduzir seus ideais intolerantes e discriminativos. Com efeito, as atitudes preconceituosas antes evidenciadas no convívio social, passaram a ganhar espaço no mundo virtual, contrariando, assim, os direitos de igualdade prescritos no artigo 5º Constituição Cidadã.    Além disso, convém frisar as dificuldades judiciais que garantem a perpetuação da problemática. Nesse ínterim, muitos internautas já consideram a internet como "a terra sem lei" e, dessa forma, qualquer indivíduo com intenções maliciosas pode redirecionar seu IP (protocolo de internet) para uma VPN - rede de conexão privada - dificultando o trabalho das autoridades em localizá-lo. Consequentemente, no que tange ao discurso de ódio nas redes sociais, perceve-se que a melhor alternativa para o combate à problemática é erradicá-la já no mundo real, ou seja, na sociedade, impedindo o impacto no ambiente virtual.    Em virtude do que foi mencionado, impõem-se medidas que vão de encontro ao impasse em vigor. Maximamente, o Governo Federal, em parceria com instituições midiáticas, deve conscientizar a população sobre as consequências do preconceito na sociedade, isso por meio de campanhas na programação televisiva. Outrossim, o Ministério da Educação deve trabalhar na questão da discriminação desde a infância dos estudantes, mediante a palestras e aulas especiais sobre o assunto, pois estes são os futuros cidadãos. Por fim, a população deve mobilizar-se nas redes sociais, debatendo e incentivando o repúdio às manifestações preconceituosas na internet através de postagens demostrando o quão ignóbil é essa prática. Só assim, poder-se-à mitigar a problemática e caminhar, à passos largos, para um futuro sem discriminação tanto no mundo real quanto no virtual.