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Enviada em: 10/10/2017

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. Nesse sentido, os discursos abusivos de ódio, nas mídias e redes sociais, oriundos de um falso anonimato virtual, bem como das características psíquicas intrínsecas do ser humano, são reflexos apresentados como forma negativa dessa realidade.       A princípio, a problemática tem origem em uma errada sensação humana de que os crimes virtuais são visíveis, porém pouco puníveis. Nessa conjectura, o Facebook, WhatsApp e as outras redes sociais viraram palanques de discursos que pregam o ódio e a segregação contra negros, religiosos e homossexuais. Tudo isso atrelado à possibilidade de anonimato do criminoso. No entanto, segundo Hélio Bressan, analista de segurança da informação, nenhum crime virtual fica omitido, pois toda plataforma virtual é derivada de um "IP" que é o código de identificação do usuário na rede, sendo dessa maneira, facilmente identificado o infrator. Assim, observa-se que grande parte desses crimes veiculados na internet podem ser puníveis desde que sejam investigados pelas autoridades policiais competentes.       Outro fator preocupante deriva dos instintos humanos naturais quando submetidos à ausência de controle externo. Nesse contexto, a psicanalise freudiana veicula que os limites impostos pelo ambiente externo, normas e padrões, inibem as barbáries e vontades de cunho interno. Exemplo disso está nos discursos preconceituosos lançados nas redes sociais que, por questões morais e limitantes, não seriam feitos em um ambiente real, cara a cara, pelo medo da censura pública ou punição legal, quando prevista no nosso ordenamento jurídico. Desse modo, pode-se afirmar que o ser humano é livre e responsável; cabe a ele escolher seu modo de agir.             O combate à liquidez citada anteriormente, a fim de conter o avanço do ódio nas redes sociais, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso para a sociedade. Nesse contexto, é preciso que os Governos Estaduais criem delegacias especializadas em crimes oriundos da internet, com fito na redução da sensação de impunidade dos infratores. Além disso, cabe ao Ministério da Saúde a criação de uma rede de atenção psicossocial destinada aos infratores virtuais, com intuito de reduzir a reincidência no crime. Por fim, urge que a imprensa televisiva, por meio de campanhas e ações educativas, fomente a educação e o bom uso das redes sociais no que tange às manifestações de intolerância. Assim, com a aplicação de tais medidas, poder-se-á  reduzir o número de casos envolvendo desrespeito e  ódio pela rede mundial de computadores