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Enviada em: 17/10/2017

Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do viés democrático e globalizado, permitiu a consolidação de direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, pela Constituição Federal de 1988. Equiparado a isso, houve a ascensão da internet como importante veículo de comunicação e interação da população. No entanto, a manutenção de preconceitos e estereótipos na sociedade determinou a extensão das disparidades para a rede virtual, configurando-se um problema da modernidade.                 Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos das redes sociais no cotidiano das pessoas. A esse respeito, relaciona-se a construção do senso crítico, posicionamentos ideológicos, manifestações e o ativismo político, fundamentais para a cidadania e que, na esfera virtual, torna-se mais acentuado. Em corolário a isso, ocorre a ampliação das diferenças já existentes em âmbito virtual, comportamental e político, com o marcante desrespeito às diversidades e posicionamentos a promoção de conflitos. Nesse sentido, diverge-se do proferido pelo escritor Paulo Freire na obra “Pedagogia do Oprimido”, em que se deve buscar uma “cultura de paz” na vida em sociedade.           Na esteira do processo de manutenção das fragilidades sociais, alude-se às contradições propostas pela internet. Isso porque, ao debater opiniões com discursos de ódio, rompe-se com o direito de expressão e infringe a dignidade e respeito mútuo, caracterizando os crimes virtuais, passíveis de se estenderem a crimes de lesa-humanidade. Ao mesmo tempo, a fluidez das informações na internet pode favorecer movimentos de combate à tolerância, preconceitos e ideologias dominantes, como por exemplo, o racismo e a homofobia. Em corolário a essa conjuntura, a adequação dos comportamentos durante a navegação torna-se um fator crucial para o bom convívio na realidade, visto que, o homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado, como afirma o filósofo Rousseau.              Torna-se evidente, portanto os problemas relacionados à imprópria utilização das redes sociais. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, as escolas e a mídia social. É imperioso que o governo proponha uma fiscalização atuante e permanente nas redes por meio de órgãos especializados para o cumprimento do Marco Civil da internet. Ademais, as escolas devem trabalhar a dialética em debates críticos e seminários com psicopedagogos para tratar da anulação de preconceitos e respeito às diferenças, envolvendo as famílias. Cabe à mídia o engajamento ficcional em novelas e propagandas educativas para romper com os discursos de ódio e estereótipos vigentes. A articulação dessa pluralidade é impreterível na busca da cultura de paz.