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Enviada em: 12/10/2017

A questão da intolerância e discurso de ódio nas redes sociais é um assunto que vem ganhando bastante espaço nos debates nacionais. O fato é tão grave que a ONG Safernet conseguiu mapear um aumento de 200% entre os anos de 2010 a 2013. Por trás de tanto ódio e intolerância está o sentimento de anonimato que a internet oferece, além da oportunidade de se externalizar o sentimento mais oculto de uma pessoa. Combater esse tipo de situação é desafio que o Brasil ainda deve perseguir.          Assim como uma faca, a internet pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Apesar de a faca ser um utensílio de grande serventia em uma cozinha ela, ao mesmo tempo, pode ser usada como uma arma de um triste crime cruel. Da mesma forma, a internet pode ser utilizada para situações positivas como estudo, pesquisa, diversão, etc., mas também pode ser usada por “haters” (pessoas que se servem da internet para propagar ódio e intolerância). O anonimato que a rede mundial de computadores falsamente proporciona é o que faz com que se perceba o aumento do número de “haters” no Brasil. No entanto, encontrar essas pessoas não tem sido um grande problema para as autoridades brasileiras. Cada vez mais as grandes redes sociais e sites de hospedagens de conteúdos têm colaborado com a identificação dessas pessoas.          Além disso, por trás de uma tela de computador (ou celular) é mais fácil colocar para fora os sentimentos menos nobres do ser humano, afinal, o “objeto frio” que receberá o conteúdo digitado não tem a capacidade de expressar qualquer sentimento de aceitação ou desprezo pelo que recebe. No entanto, é importante perceber que, por trás daquela tela, há um ser humano que reagirá sentimentalmente ao que foi escrito. As consequências disso podem ser muito graves e vão desde um pequeno ato de fúria a atos extremos, como o suicídio. É preciso ter cuidado ao se comunicar com alguém na internet. Apesar de um texto, intrinsecamente, não transmitir qualquer sentimento, sua interpretação pode ser totalmente sentimental e causar grandes prejuízos para quem o lê.          É notório, portanto, que é necessário intervir em situações como essa. Assim, o Governo Federal pode solicitar a colaboração das principais empresas controladoras de redes sociais para identificarem, no momento do envio, mensagens de intolerância e ódio, alertando aos usuários que esse tipo de conteúdo, no Brasil, pode ser considerado crime. Desta forma, os usuários terão uma segunda chance para repensarem o que foi escrito antes de confirmarem o envio. Além disso, a mídia pode veicular campanhas de conscientização mostrando que mensagens de ódio e intolerância podem levar pessoas a terem depressão, síndrome do pânico ou, até mesmo, levar ao suicídio. Talvez assim, a próxima pesquisa da Safernet traga números mais interessantes do que os apresentados anteriormente.