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Enviada em: 15/10/2017

O filme Unfriended, sucesso nos cinemas em 2014, baseou seu enredo no suicídio de uma adolescente americana após sofrer com o discurso de ódio no Youtube e Facebook. Contudo, essa realidade é presente também no Brasil, dados os constantes casos de racismo, homofobia e xenofobia nas redes sociais. Assim, é necessário que medidas sejam tomadas para que a intolerância e a manifestação de ódio na internet não se tornem potencializadores da exclusão social.       Em primeira análise, segundo Aristóteles, filósofo da Antiguidade, o erro social advém da ignorância humana. Nesse contexto, pode-se dizer que é a falta de informação da sociedade sobre os limites da liberdade de expressão que causa a transgressão do respeito ao outro, por intermédio da disseminação da intolerância. Isso porque, embora a liberdade de defender opiniões próprias seja garantida pela constituição vigente, é imprescindível que seja garantida também, em sintonia com os Direitos Humanos, a liberdade de cultuar sua religião, de escolher sua sexualidade e de imigrar de acordo com o livre-arbítrio. Logo, faz-se necessário acabar com a ignorância para que, assim como abordou o discípulo de Platão, o erro de criar uma segregação dentro das redes sociais, local que possui potencial para se tornar um espaço de cada vez maior integração, não se perpetue.           Outrossim, parafraseando o poeta renascentista Maquiavel, o medo e os fatores coercitivos são os responsáveis por manter a ordem em uma sociedade. Então, é perceptível que a impunidade, dada pela falta de leis específicas para as comunidades da internet, é motivadora dos crimes na internet, como xingamentos e difamações. Isso em razão de o anonimato, ferramenta muito presente nas redes sociais, dar a ideia de que o malfeitor não é, de fato, responsável pelos seus atos, quando, na verdade, possui a mesma aptidão de interferir na harmonia comunicativa. Dessa forma, é fundamental que o Estado se responsabilize por tornar a responsabilidade igualmente presente na vida real e virtual.             Portanto, os discursos de ódio nas redes sociais são fomentados pelo conflito entre liberdade de expressão e a intolerância e pela impunidade. Para que tal problema atenuado, o Ministério da Educação deve ensinar os futuros cidadãos sobre o comportamento respeitoso nas redes sociais, por meio da distribuição de cartilhas nas escolas, com o fito de que, em longo prazo, os brasileiros saibam se portar em um ambiente de comunidade virtual. Ademais, o sistema judiciário do país deve impedir que haja a impunidade na internet, a partir da criação de emendas constitucionais específicas, com o objetivo de que essa não seja um motivador da intolerância nas redes sociais. Por último os grandes canais de TV são incumbidos de, com a promoção de propagandas, conscientizar a população sobre os limites da liberdade de expressão, buscando impedir que essa seja confundida com a intolerância.