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Enviada em: 29/10/2017

No poema "Ode ao burguês", do autor Manuel Bandeira, tem-se a expo-sição depreciativa à classe burguesa por meio de expressões como  "burguês-níquel" e "homem-nádegas". Todavia, no contexto não-literário, a liberdade na exteriorização opinativa, a exemplo, nas redes sociais, subme-te usuários a intimidação por discursos de ódio. Logo, o pseudoanonimato do agressor e a instantaneidade caluniosa intitulam ações enérgicas.       Segundo o filósofo Voltaire, o direito argumentativo é indubitavelmente garantido, mesmo que seja controverso à opinião do eu. Contudo, os abusos, em alguns diálogos, tornam-se discutíveis em razão da intransi-gência e desapreço às divergências, como, as culturais, sociais e étnicas. Além disso, o ludibrioso anonimato de alguns agressores torna-se um artifí-cio encorajador a estes criarem perfis e comunidades "fakes" no intuito de promoverem sua intolerância. Prova disso, conforme a Safernet, em 2016, o índice de difamações ocupou o topo do ranking de denúncias do site.    Outrossim, a propagação deliberada e veloz de conteúdos discrimi-natórios e constrangedores de vítimas na web é preocupante. Dessa forma, a prática do cyberbullying, intimidação, e do cyberstalking, perseguição, a alguns internautas, torna-se frequente pelo compartilhamento e curtida de imagens ou comentários com cunho dito cômico. Assim, a implantação da Lei contra o bullying, presencial ou online, como meio a  responsabilização socioeducativa do ofensor induz a uma restrição às falácias injuriantes.         Diante desse cenário, para coibir a disseminação de discursos intole-rantes no país, é imprescindível o trabalho mútuo entre o Judiciário e empresas de tecnologia, como Facebook e Google, no intuito de criar filtros que auxiliem na investigação de atos discriminatórios pela internet, além da remoção do conteúdo e punição ao ofensor. Ademais, a realização de palestras periódicas, por escolas e pela Secretaria de Educação, a fim de salientar a população sobre os malefícios do cyberbullying, torna-se crucial. Por fim, o suporte psicológico ampliado às vítimas em postos de saúde, por psicólogos, são vieses a uma nova "ode" às redes sociais.