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Enviada em: 24/10/2017

Segundo o geógrafo Milton Santos, "o simples nascer investe o indivíduo de uma soma inalienável de direitos". No entanto, várias pessoas são privadas de cidadania e de direitos humanos ao serem vítimas de discriminação, preconceito e discurso de ódio. Isso ficou mais evidente com a polarização das redes sociais, que amplificaram e deixaram mais visível a intolerância existente na sociedade brasileira. Diante disso, adotar ações afirmativas que visam fiscalizar. solucionar e punir, mostram-se o melhor caminho para combater a intolerância.    Em "Modernidade Líquida", o sociólogo polonês Zygmunt Bauman discorre sobre a superficialidade e a efemeridade dos relacionamentos humanos. Para ele, os laços estão cada vez mais frouxos e líquidos. Por certo, sua teoria se relaciona com os discursos de ódio por meio da internet no Brasil, visto que o atual panorama do país é embasado na falta de altruísmo, no imediatismo e na discriminação. Dessa forma, várias pessoas utilizam páginas e redes sociais — que deveriam ser espaços para disseminação de informações e comunicação — para divulgar conteúdos racistas, homofóbicos, neonazistas e de intolerância contra minorias em geral.    Nesse âmbito, essas violações de direitos humanos são cada vez maiores devido ao sentimento de impunidade e do anonimato. Isso porque,  muitos indivíduos criam perfis falsos para se sentirem mais confortáveis para fazerem comentários preconceituosos, criticarem a cor da pele, o estilo do cabelo, a religião ou a orientação sexual. Com isso,  fica difícil solucionar o problema, visto que não é fácil encontrar o responsável pela rede social, o que aumenta a impunidade. Além disso, esses casos de intolerância tiveram mais repercussão por acontecerem com várias pessoas relacionadas com a mídia, fazendo com que o assunto ganhasse uma maior proporção.    Fica claro, portanto, que as redes sociais tornaram-se um reflexo da intolerância à diversidade presente na sociedade. Logo, faz-se necessário que o Ministério Público, juntamente com a mídia, crie mais programas de fiscalização e de denúncia, como aplicativos, telefones e agentes especializados, além de pedir mais informações e dados pessoais para a criação de perfis nas redes sociais. Assim, haverá mais controle em relação às pessoas que usam essas plataformas na internet e mais possibilidade de encontrar e punir o usuário que dissemina discursos de ódio e preconceito no ambiente virtual.