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Enviada em: 25/10/2017

O ser humano, de maneira geral, não sabe lidar com o conceito e sensação de liberdade. Assim como prega o contrato social de Rousseau, cedemos a terceiros a prática de disciplinar nossos atos. Dessa forma, é o que acontece na revolução da internet: a falsa sensação libertária, sem intervenção imediata da ação. Como resultado, existe a expressão de ódio inconsequente.     Decerto, torna-se válido considerar que a criação do indivíduo peca na construção da autonomia Kantiniana- nela, o ser é considerado pensante quando responde por si, não recorrendo a fatores externos. No entanto, com a escassez dessa construção individual, a ideia do contrato social é necessária. Logo, a partir do momento que ele se encontra no ambiente virtual e pode se expressar, ocorre a sensação de liberdade, pelo fato de não haver quem o corrija instantaneamente. Gerando, dessa maneira, a disseminação de comentários ofensivos, já que a desenvoltura pensante para as consequências não foi promovida.      Deve-se ressaltar,  contudo, umas das observações de Freud. Para ele, a maioria não quer liberdade por ter medo da responsabilidade. Em virtude disso, o poderio de estar online e não ser visto como pessoa, mas sim como uma tela. Traz, por certo, aqueles que não agem no ambiente externo a internet para não ter que lidar com as consequências, porém nela, como a pessoa está escondida pelo perfil virtual, gratificam-se com a liberdade irresponsável. Mais uma causa, portanto, dos desrespeitos observados na rede.      Sendo assim, como a introdução ao mundo digital é precoce, as escolas podem organizar peças teatrais infantis e promover a leitura de livros didáticos informando sobre o uso saudável e produtivo da internet. Isso, porém, só será viável com a participação dos pais, por conseguinte, esses também serão orientados. A participação mútua dessas entidades, com o fim, educarão futuros indivíduos com menos necessidade do contrato social de Rousseau e mais seres autônomos de Kant.